Representante da CRO de Alfenas usa tribuna da Câmara para reivindicar vacinação de dentistas

Alessandro Emergente

O delegado regional do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO/MG), cirurgião dentista Frank Freitas de Carvalho, usou a tribuna da Câmara Municipal, na noite de segunda-feira, para reivindicar a inclusão dos dentistas na lista de prioritários na imunização contra a covid-19.

Além dos dentistas, o representante do CRO/MG também apontou a necessidade de incluir técnicos e auxiliares da saúde bucal na lista de pessoas prioritárias a serem imunizadas. Apontou que os profissionais de odontologia estão no plano nacional de imunização.

No mês passado, o CRO/MG protocolou uma petição no Ministério Público solicitando que os profissionais da saúde bucal possam ser considerados como linha de frente do combate a covid-19. O argumento é que esses profissionais ficam altamente expostos à contaminação.

A luta da categoria tem ocorrido em várias frentes. No último dia 19, dentistas e auxiliares do Instituto de Previdência do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) entraram em greve por não terem sido incluídos no grupo de profissionais de saúde vacinados.

Ao todo, 416 profissionais são representados pela regional, de acordo com informações do Conselho. A alegação da Secretaria de Saúde de Alfenas é que a Prefeitura segue o protocolo da Secretaria de Estado de Saúde.

Outras categorias

Um requerimento, apresentado pelo vereador José Carlos de Morais (Vardemá/PCdoB), foi aprovado pela Câmara Municipal nessa segunda-feira. No documento, o parlamentar questiona a possibilidade de incluir professores no grupo prioritário após a imunização dos idosos.

A imunização de professores tem sido uma demanda apresentada por representantes da categoria e por alguns parlamentares. A inclusão dos educadores no grupo prioritário se dá devido a necessidade de retorno das aulas presenciais. Os profissionais de educação estão na 4ª fase do plano nacional de imunização assim como a segurança pública.

Grupos prioritários

O plano nacional de vacinação contra a covid-19 tem quatro fases. De acordo com a Agência Brasil, em cada etapa serão atendidos determinados tipos de públicos, escolhidos a partir do risco da evolução para quadros graves diante da infecção, da exposição ao vírus e de aspectos epidemiológicos da manifestação da pandemia no país. 

A primeira fase tem como prioridade trabalhadores de saúde, pessoas de 75 anos ou mais e idosos em instituições de longa permanência (como asilos), bem como povos indígenas. Na segunda fase a imunização será focada nos idosos de 60 a 74 anos. Pacientes a partir de 60 anos são considerados grupo de risco pelo risco maior da contaminação evoluir para uma morte.

Na terceira fase estarão pessoas com comorbidades, condições médicas que também favorecem um agravamento do quadro a partir da covid-19. Entre as doenças crônicas incluídas neste grupo estão as cardiopatias e doenças renais crônicas.

A quarta fase vai focar em professores, forças de segurança, trabalhadores do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade. O conjunto destes segmentos soma 109,5 milhões de pessoas, que deverão receber, cada um, duas doses.