Postado em sexta-feira, 13 de março de 2009

Polícia Civil faz reconstituição da morte de comerciantes

A Polícia Civil fez, na manhã desta sexta-feira, a reconstituição da morte dos dois comerciantes assassinados a tiros. O assassino confesso participou da reconstituição


Henrique Higino

A Polícia Civil fez, na manhã desta sexta-feira (13/03), a reconstituição da morte dos dois comerciantes paulistas assassinados a tiros na última terça-feira. O assassino confesso, Flavio Henrique dos Santos, 32 anos, que era “amigo” das vitimas, participou da reconstituição e deu detalhes da execução. Flavio confessou que roubou os comerciantes após cometer o duplo homicídio.

Antes do crime ser desvendado pela Polícia Civil, Flavio afirmava que ele e seus amigos haviam sido vitimas de um roubo. O rapaz usou um revolver calibre 38 para matar e depois roubou cerca de R$ 33 mil das vitimas.

>> Veja a primeira versão contada por Flavio

>> Veja como a Polícia Civil esclareceu o crime

A reconstituição do crime teve início por volta das 8h da manhã e ao meio dia o comboio da Policia Civil retornou a Alfenas trazendo o acusado.

A reconstituição começou no local onde as vitimas foram executadas, um cafezal as margens da MG-179, sentido Machado. Flavio deu detalhes de como matou os dois amigos.

Ele confirmou ter passado por Andradas e pretendiam chegar em Formiga, onde iriam fazer compras. Os três trabalhavam com confecção: as vitimas em São Paulo e Flavio em Pouso Alegre.

Flavio disse que estava discutindo com Marcos Dionísio (primeiro a ser baleado) sobre dividas. Flavio afirma que Marcos devia dinheiro a ele.

Quando se aproximaram de Alfenas, ao lado do cafezal, Flavio teria mandado o motorista do carro, Douglas Florêncio Viana da Silva, mais conhecido como “Dino, estacionar o veiculo. Neste momento, segundo Flavio, ele disse aos amigos “vamos resolver isso então”, referindo-se as dividas.

Ainda segundo Flavio, a discussão continuou, com o carro parado na rodovia, e ele sacou a arma e deu dois tiros contra Marcos. Disse que “Dino” tentou fugir e foi baleado na cabeça. Ainda no interior do veiculo, o “assassino confesso” percebeu que Marcos estava vivo e deu outro tiro contra o rapaz.

Flavio conta que desceu do carro e assumiu o volante com os dois corpos também no banco da frente. Ele entrou no cafezal e arrastou o corpo de Dino para fora do veículo e em seguida tirou o corpo de Marcos. Ambos foram colocados debaixo de “pés de café”.

Quando planeja sair com o carro das vitimas, Flavio lembra que percebeu que Dino ainda estava vivo. Ele foi até o rapaz e fez outro disparo contra sua cabeça e ainda roubou R$ 50 que estava em seu bolso.

Flavio deixou o cafezal com as mochilas e o dinheiro dos comerciantes. O assassino seguiu para a cidade de Carvalhopolis e depois para Turvolândia. Na zona rural desta cidade, o veiculo apresentou problemas.

Flavio conta que desceu do carro e jogou a chave do veículo no mato. Depois, caminhou cerca de 500 metros e escondeu a arma e a mochila da vitima em uma plantação de bananas.

O rapaz continuou a caminhada e cerca de 200 metros depois escondeu uma outra mochila e ao lado enterrou o dinheiro roubado. Ele conta que ficou quatro horas naquele local, “refletindo o que fez”. Depois, caminhou dois quilômetros e pediu ajuda a um sitiante. A partir daí, o rapaz tentou convencer a Polícia que havia sido roubado e os amigos assassinados.

Flavio Henrique da Silva

A frieza de Flavio chamou a atenção dos Policiais e da imprensa que acompanhou o caso. Em nenhum momento, durante a reconstituição, Flavio esboçou qualquer sentimento, mas garantiu que estava arrependido.

A frieza de Flavio não “impediu” que lembrasse de detalhes que nem a Policia sabia, como as chaves do veículo que foram jogadas no mato e o segundo tiro disparado contra “Dino”.

A reportagem do Alfenas Hoje perguntou se ele havia premeditado o crime, já que saiu de sua residência armado. “Não premeditei, só queria dar um susto para receber o que ele me devia”.

Sobre qual seria a pena merecida por ter executado dois amigos para roubar, Flavio disse: “Fica por conta do Ministério Público e Deus. Se eu pudesse reverter isso eu faria, pois estou arrependido”.

Indagado por uma policial se o arrependimento foi porque o plano não deu certo ou por ter causado as mortes, Flavio respondeu, sem convencer: “Arrependi porque matei os dois, não pelo dinheiro”.

Flavio residia na cidade de Pouso Alegre. Casado, pai de dois filhos, o rapaz era proprietário de uma estamparia. Com a morte dos amigos, Flavio está sendo suspeito de outro crime ocorrido em 2001 na cidade de Pouso Alegre. Na ocasião, Flavio disse que foi assaltado, mas a suspeita é que ele tenha participado do crime e tentou se passar como vítima.

Durante toda a reconstituição, Flavio usou um colete a provas de balas. Segundo o Delegado Hudson Brandão, o colete era para preservar a integridade física do acusado, já que o crime foi de grande comoção popular.

Flavio ficará preso no Presídio de Alfenas. Se for condenado, pode passar os próximos 20 anos na cadeia.

Veja abaixo, o “rastro do crime”

 

 

Flavio dispara contra os amigos...

 

...depois, assume o valante (ao lado dos amigos) e entra com o carro no cafezal. Retira os amigos do carro...

 

...e percebe que Dino está vivo. Dispara novamente contra sua cabeça..

 

...foge com o carro, que apresenta problemas mecanico. Segue a pé com a mochila e  esconde a arma no mato...

 

...anda mais um pouco e esconde o dinheiro no mato e depois tenta se passar como vítima de roubo....a Polícia Civil encontrou o dinheiro

Flavio usou colete a prova de balas durante a reconstituição. O motivo, segundo o Delegado Hudson Brandão, é para preservar a integridade física do acusado



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