Postado em quarta-feira, 11 de março de 2009

"Amigo" confessa ter matado comerciantes para roubar

Flavio Henrique da Silva, 32 anos, confessou para a Polícia, no inicio da tarde desta quarta-feira, ter sido ele o responsável pelo duplo homicídio ocorrido na tarde de ontem


Henrique Higino

Flavio Henrique da Silva, 32 anos, confessou para a Polícia Civil, no inicio da tarde desta quarta-feira, ter sido ele o responsável pelo duplo latrocínio (roubo seguido de morte) ocorrido na tarde de ontem em um cafezal às margens da MG-179.

>> Veja a primeira versão contada por Flavio e publicada nesta madrugada

O rapaz confessou ter efetuado os disparos para roubar as vítimas. Marcos Dionísio, um dos mortos, era amigo de Flavio há três anos. A outra vítima, Douglas Florêncio Viana da Silva, mais conhecido como “Dino”, era amigo há um ano.

Polícia Civil esclare o crime

A farsa de Flávio durou menos de 3h. Ele não agüentou o interrogatório feito pelo Policial Civil Wellington Cunha, considerado especialista neste tipo de investigação. O Policial é o mesmo que conseguiu a confissão dos envolvidos na morte do taxista Milton de Oliveira, 46 anos, assassinado em janeiro de 2008. Ele usou as mesmas técnicas de interrogatório. Vale ressaltar, que este tipo de interrogatório preserva a integridade física do acusado, que em nenhum momento foi agredido fisicamente.

Flavio Henrique usou um revólver 38 para matar os amigos

Mas, bastou alguns minutos com Welllington para o suspeito começar entrar em contradição. Sobre o suco usado no radiador do carro, por exemplo, ele afirmou ter comprado em um restaurante à beira da estrada. O estabelecimento negou a venda ao acusado.

A versão de Flávio caiu por terra e ele acabou assumindo o duplo latrocínio. À policia, ele disse que cometeu o crime porque “havia dividas financeiras entre eles”. Mas, o assassinato seria para roubar dinheiro que estava com as vítimas.

À tarde, a Polícia Civil foi até ao local onde Flávio disse ter sido abandonado pelo “imaginário assassino”, uma estrada de terra próxima a cidade de Carvalhópolis. Ele entregou a arma usada no crime (um revólver calibre 38) e as mochilas roubadas da vitima. O material estava escondido em uma plantação de bananas.

Flávio, além de cometer o duplo homicídio, teria planejado o roubo. Ele convidou os amigos para irem até Formiga comprar roupas e chegando em Alfenas cometeu o crime.

Em depoimento aos delegados Hudson Brandão e Rafael de Souza Horácio, que ficaram a frente das investigações, Flavio mostrou-se arrependido de ter cometido o crime. O rapaz ficará preso em Alfenas. Ele irá responder por duplo latrocínio e pode pegar mais de 20 anos de cadeia.

Parentes

Na tarde desta quarta-feira, parentes de Marcos Dionísio estiveram na Delegacia. O corpo das vitimas seguem esta noite para São Paulo e devem ser sepultados naquele Estado amanhã.

O irmão de Marcos estava indignado com o crime. O rapaz contou que Flávio era muito amigo de Marcos e que freqüentava sua casa. “Quando ia a São Paulo, ele passava o dia na casa do Marcos, almoçava e jantava lá”, disse o irmão da vítima.

Do lado de fora da Delegacia, a noiva de Marcos discutiu com a esposa de Flávio. O clima ficou tenso e foi preciso intervenção para acalmar os ânimos.

"Faro Fino"

Na cena do crime, um dos fatos que chamou a atenção da reportagem do Alfenas Hoje foi a experiência do 1º Sargento Luiz Fernando. O Militar, responsável pelo Tático Móvel e há 21 anos na Polícia Militar, “matou a charada” mesmo antes de Flávio prestar depoimento.

As explicações de Flávio não convenceu o militar, que afirmou à reportagem do Alfenas Hoje a participação do rapaz no crime: “Ele está envolvido na morte dos rapazes ou por drogas ou para roubá-los”, disse o Sargento.

O Sargento foi o responsável pela redação do boletim de ocorrência da PM que redigiu o relatório de uma forma que o rapaz fosse “conduzido” à Delegacia. O objetivo era que ele não fugisse até que os fatos fossem esclarecidos.

A “casa caiu” de vez para Flávio com a chegada do Delegado Sergio Aparecido dos Santos, que também suspeitou da versão contada por Flávio. O Delegado foi o primeiro a interrogá-lo.

Flavio residia na cidade de Pouso Alegre, onde tinha uma estamparia. O rapaz é casado, pai de dois filhos e não tinha passagem pela polícia. Já uma das vítimas, Marcos Dionísio, estava noivo e pretendia se casar este ano.

Em Tempo...

A principio, a informação que a Polícia tinha era que Flavio planejou o crime para roubar R$ 5 mil que estava com as vítimas. Mas, na noite de ontem, descobriu-se que a quantia era maior. O criminoso levou os policiais próximo ao local onde a arma estava e, segundo informações da TV Alterosa, desenterrou R$28 mil que havia escondido. O dinheiro pertencia ao comerciante de São Paulo.

Escuridão: Policia Civil precisou usar iluminação da viatura para concluir a Perícia. Roupas das vítimas foram retiradas para identificar perfurações

Abaixo, a vítima Marcos Dionisio, primeiro a ser executado



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