Postado em quarta-feira, 7 de maio de 2008

Policia Civil faz reconstituição da morte do taxista


Henrique Higino

A Polícia Civil fez nesta quarta-feira, durante todo dia, a reconstituição da morte do taxista Milton de Oliveira, 46 anos, encontrado morto no dia 28 de janeiro em um cafezal no bairro rural do Matão.

Os três suspeitos da morte do taxista, detidos no mês de abril, reafirmaram a participação no crime e colaboraram com a reconstituição, que começou as 07h30min em frente à antiga rodoviária. Neste local, Adenilson Cavalheiro Pinto, 23 anos, Fernando Almeida Vieira, 24 anos e Clodoaldo de Souza Pacifico, 23 anos, - todos moradores de Serrania - mostraram como fizeram para atrair o taxista: Eles estiveram no ponto de táxi da antiga rodoviária, anotaram o número do telefone e em seguida ligaram para o taxista de um local na Rua Coronel Pedro Correa, onde solicitaram uma corrida. Nesta rua, os acusados entraram no carro do taxista e seguiram sentido bairro Matão, onde Milton acabaria sendo assassinado.

Por várias vezes durante a reconstituição, os envolvidos disseram que o objetivo era apenas roubar o motorista e não matar. A vítima foi escolhida por acaso, ou seja, seria quem atendesse o telefonema.

Nas imagens, Policial (deitado) simula ser o taxista. Sozinho, de boné, aparece Adenilson Cavalheiro Pinto, acusado de efetuar o disparo. Dentro do carro, sem boné, está Fernando Almeida Vieira, acompanhado de Clodoaldo de Souza Pacifico.

Local da Morte

Já no bairro rural do Matão, um dos envolvidos, Clodoaldo de Souza, simulou estar passando mal: Era a senha para começar o assalto. Clodoaldo, que estava no banco de trás com Adenilson Cavalheiro, contou que quando disse estar passando mal o taxista teria parado o veículo e dito que “não era para sujar o carro”. Clodoaldo então desceu e andou alguns metros para dentro do cafezal. Neste momento, segundo Adenilson, o taxista teria suspeitado que era assalto e feito um “movimento brusco, como se estivesse pegando alguma coisa debaixo do banco”. Adenilson conta que ficou assustado com o motorista e disparou a arma, que estava dentro de um saco plástico. Fernando Almeida - que estava no banco dianteiro - e Clodoaldo de Souza teriam indagado a Adenilson o porque dele ter disparado a arma. A justificativa de Adenilson foi o “susto”.

Os três retiram o corpo do taxista de dentro do automóvel e arrastaram para o cafezal. Em seguida, seguiram para Machado e depois Serrania, onde Fernando Almeida Vieira trocou de roupas. Depois foram para Poços de Caldas, onde pretendiam vender o carro, um Fiat Pálio Weekend, por R$ 3 mil e dividir o dinheiro. Sem sucesso na venda do automóvel, acabaram abandonando o veículo no centro de Poços de Caldas e retornaram para Serrania na terça-feira, dia 29 de janeiro. Durante a reconstituição, a Polícia Civil percorreu todos os lugares por onde os três passaram, inclusive o hotel onde ficaram hospedados naquela cidade.

Contradição
Fernando Almeida Vieira insistia na versão que solicitou a corrida para Serrania e que o taxista teria resolvido passar antes pelo bairro Matão por conta própria, mesmo tendo recebido R$50 reais adiantado. A suspeita era que esta versão pudesse ser usada pela defesa na tentativa de diminuir a pena dos envolvidos. Mas Adenilson desmentiu o colega e afirmou que a corrida era para o bairro Matão e não Serrania, como insistia Fernando.

Família

Segundo Fernando, no trajeto até o bairro rural do Matão, o taxista foi “conversando normalmente” com os três acusados. “Ele falava da família e que estava cansado de tanto trabalhar”, comentou Fernando.

Exumação

Na terça-feira a Polícia Civil fez a exumação do corpo do taxista. O objetivo era esclarecer o que causou a morte do taxista. A princípio, a hipótese era que o motorista tivesse sido atingido na cabeça por uma barra de ferro. Mas em depoimento, Adenilson afirmava que fez um disparo com uma cartucheira. A exumação confirmou a versão de Adenilson: Dentro do crânio do taxista foi encontrado 17 chumbo e uma bucha do cartucho.

“Tiro de marmita”

Os acusados entregaram para a Polícia a suposta arma usada no crime. A demora na confirmação do que causou a morte do taxista pode ter sido pela maneira como a arma foi disparada. Segundo a Polícia, o fato da arma ter sido disparada de dentro da sacola diminui as evidências de disparo de arma de fogo. Isso porque a pólvora ficou concentrada dentro do saco plástico e não atingiu a vítima, o que dificultou afirmar que a morte foi por arma de fogo. “Se a pólvora tivesse atingido o corpo da vítima teria ficado marcas que facilitariam a identificação da causa morte, mas a pólvora ficou concentrada na sacola plástica, dificultando a identificação. É o chamado tiro de marmita”, explicou um Policial. Os três suspeitos permanecem detidos a disposição da Justiça.

O Taxista

O taxista Milton de Oliveira trabalhava no ponto de táxi da antiga rodoviária, região central da cidade. Além de taxista, Milton era funcionário da empresa de ônibus Santa Cruz. Ele deixou esposa e três filhos. A reportagem do Alfenas Hoje esteve com a esposa e dois filhos do taxista, logo após a reconstituição. Inconformados com o crime e com o tempo que os acusados podem ficar presos, limitaram apenas em agradecer o empenho dos Policiais Civis e dos Delegados responsáveis pelo caso.



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