Postado em domingo, 24 de abril de 2022 às 18:06

Crimes virtuais aumentam cada vez mais e trazem sensação de insegurança

Crimes online aumentaram e trouxeram um olhar mais cuidadoso com as redes sociais e a internet.


 Segundo o Ministério Público de Minas (MPMG), houve um aumento significativo de golpes envolvendo roubos, clonagem de contas de whatsapp e até mesmo estelionato, os crimes virtuais. Entre janeiro e setembro de 2021 a estimativa foi que mais de 33 mil pessoas foram vítimas de estelionato virtual. Alguns dos principais crimes virtuais são: fraude de identidades, quando informações pessoais são roubadas e usadas; roubo de dados financeiros ou relacionados a pagamento de cartões; extorsão cibernética, que exige dinheiro para impedir o ataque ameaçado, tendo em mãos conteúdos roubados; roubo e venda de dados corporativos e de grandes quantidades de clientes. Portanto, todo cuidado é pouco. A análise foi feita pelo projeto de extensão “A Imaginação Sociológica e o Sul de Minas”, do curso de Ciências Sociais da Unifal (Universidade Federal de Alfenas).

A internet e as redes sociais fazem com que o indivíduo se torne independente para fazer coisas de seu cotidiano, como tarefas diárias, e não necessitar mais daquela relação pessoal para realizar as mesmas tarefas. Como boa parte das pessoas passa a maior parte do tempo em aparelhos eletrônicos conectados à rede mundial de computadores, a internet, as empresas desenvolveram mecanismos para fazer com que as pessoas façam mais compras e pagamentos virtuais.

Houve um processo de modernização em que se pode fazer tudo através das redes sociais: pagar contas, transferir dinheiro, comprar produtos etc. A pandemia potencializou e intensificou o uso da internet e da realização das tarefas bancárias e de compras de produtos diversos.

Modernidade é um fato importante para se compreender todo o processo e entender como chegamos aqui, com preponderância da tecnologia nas relações sociais, consequentemente, grande dependência dela. Isto tem afetado nosso cotidiano e trazido transformações sociais e afetivas, que vieram com o triunfo da sociedade de consumo, muito em função do surgimento da internet e com as possibilidades de mundo que ela trouxe. Algumas dessas transformações geram insegurança e ressaltam a individualidade. O moderno também trouxe o indivíduo como autônomo na tentativa de se libertar das relações tradicionais.

Surgiram fortes ideias sobre o individualismo, as realizações pessoais, as liberdades de escolhas e a possibilidade de viver sem precisar depender do outro. Tais aspectos afetam a formação mental dos sujeitos, e geram novas necessidades, desejos, formas de sentir e perceber o mundo no qual estão vivendo.

Uma das principais consequências da modernidade é a sensação de insegurança. No caso dos crimes virtuais a sensação tem dado lugar à realidade. Porém, a percepção de segurança desse mundo ainda conduz muitas pessoas à crença de ser seguro. Ao se trocar as relações cara a cara pela mediação dos instrumentos tecnológicos, passou a ter uma falsa relação de segurança. Ou melhor, trocou-se a confiança depositada nos indivíduos mais próximos para colocá-la em meios virtuais, que passaram a exercer o papel de comunidade, fortemente abalado pelas transformações no espaço e no tempo.

Ao passar tanto tempo conectado às redes sociais, cria-se um vínculo com os aplicativos e com aqueles outros usuários, o que gera um sentimento de confiança que pode muitas vezes trazer riscos. Um deles é o de ser vigiado, controlado ou persuadido o tempo em que passa conectado às redes.

ALGORITMOS

  

Fonte: https://dstec.com.br/2017/10/algoritmos/


Um dos mecanismos utilizados e que muitas das vezes passam ao largo de nossas discussões, são os algoritmos (ilustração acima). Definido como um conjunto de passos para se atingir determinado objetivo, os algoritmos são uma ferramenta presente nas redes de computadores, aplicativos, redes sociais, que executam atividades do cotidiano do usuário. Ele segue as instruções que os utilizadores passam para ele, como: localização, sítios acessados, tempo conectado etc. Isso leva a uma simplificação, na maneira de a internet operar, que passa por recomendar os próximos vídeos ou até mesmo escolher o que vai ser mostrado ao usuário primeiro.

Mas além disso, os algoritmos são responsáveis por escolher aquilo que você vai ver ao utilizar seu smartphone ou computador. Ao entrar em qualquer rede social já aparecem vídeos virais, que são “legais” e prendem ainda mais os usuários na frente de seus celulares, muitas das vezes com situações que na realidade pouco acrescentam às dificuldades enfrentadas no cotidiano.

Existem grandes empresas que trabalham com armazenamento de dados. Um caso é o Facebook. Ele é responsável por coletar informações básicas sobre quem você é, onde vive, com quem se relaciona e quais são os seus principais interesses. Essas informações são uteis e nos revelam tendências de um grupo, que podem ser exploradas por qualquer um que tenha as informações.

Claro que há informações importantes, mas a seleção que é preciso fazer nem sempre é praticada pelos usuários. Fazer uma reflexão é uma arma muito potente para reconstruir nossa realidade e tentar interpretar os nossos fenômenos históricos e sociais que estão ocorrendo diante dos nossos olhos todos os dias.

 

Projeto Imaginação Sociológica e o Sul de Minas/Unifal

 



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