Faixa em frente o Fórum Milton Campos relembra assassinatos de mulheres em Alfenas

 Da Reportagem

Uma faixa, colocada em frente o Fórum Milton Campos, relembra casos de assassinatos contra mulheres, registrados nas últimas décadas em Alfenas. A faixa foi colocada na tarde de sexta-feira, às vésperas do Dia Internacional da Mulher, comemorado neste sábado, 8 de março.

O ato em frente o prédio do Judiciário é um protesto contra casos de violência tendo as mulheres como vítimas, sendo alguns deles não esclarecidos após duas décadas. Os nomes de quatro vítimas são citados na faixa com a frase “Alfenas chora nove mortes”.

Três casos citados ainda não foram esclarecidos. Um deles é a morte da menina Poliana na década de 90. Outro caso que seguem sem esclarecimento é o assassinato da estudante de medicina Vanessa Mega, morta a tiros em novembro de 1996. A família da universitária chegou a colocar mensagens em outdoors para tentar solucionar o crime, mas o assassino nunca foi encontrado. 

O caso mais recente citado na faixa é o assassinato de Michele Odete de Lima, que também ainda não foi esclarecido pela Polícia Civil. A jovem de 25 anos foi morta em abril de 2012 e, na época, a Polícia Civil informou que foram encontrados vestígios de tecido humano nas unhas da vítima.

O quarto caso citado na faixa foi esclarecido pela Polícia Civil. Em junho de 2010, Vânia de Souza, então com 24 anos, foi encontrada morta no bairro Vila Teixeira. Um homem foi condenado pelo homicídio.  

A faixa de protesto foi colocada em frente o Fórum Milton Campos por Juquiel dos Santos, 2º secretário do Consepa (Conselho de Segurança Pública de Alfenas). Mas ele esclarece que a iniciativa não é em nome do Consepa e sim um protesto organizado por ele.

Dia Internacional da Mulher

A data comemorativa em homenagem as mulheres foi definida em uma conferência, realizada em 1910 na Dinamarca. Mas somente 65 anos depois, em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

A data 8 de março foi escolhida devido a morte de cerca de 130 tecelãs norte-americanas que foram carbonizadas em Nova Iorque no ano de 1857. As operárias fizeram uma greve para reivindicar melhores condições de trabalho, como redução na carga horária de trabalho de 16 horas diárias para dez, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que havia sido ocupada por elas. O local foi incendiado, provocando a morte de mais de uma centena de vítimas.