Postado em quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014 às 07:39
Atualizada em sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014 às 19:20

Cestas de Natal de servidores ficam “encalhadas” e prefeitura repassa os produtos

Parte das cestas de Natal, adquiridas pela prefeitura para os servidores municipais, não foi distribuída ao funcionalismo.


 Alessandro Emergente

Parte das cestas de Natal, adquiridas pela prefeitura para os servidores municipais, não foi distribuída ao funcionalismo. Somente após um mês é que a administração municipal iniciou a distribuição dos itens dessas cestas de Natal que sobraram e não foram destinadas aos servidores como deveriam ter ocorrido.

Em 2007, a Câmara Municipal aprovou uma lei municipal que instituiu a concessão de cestas de Natal a cada servidor público do município. Desde então a administração municipal é obrigada a conceder as cestas anualmente. 

Parte das cestas, adquiridas no final do ano passado, sobraram, uma vez que alguns servidores, principalmente do quadro de inativos, não teriam ido buscá-las. O texto, aprovado em 2007, especifica servidores do quadro ativo e inativo, além de estagiários. 

Parte das cestas de Natal ficaram no almoxarifado da prefeitura (Foto: Reprodução)

O assunto foi levantado nas últimas sessões legislativas pelo vereador Evanílson Pereira de Andrade (Ratinho/PHS). Há duas semanas, ele disse em plenário que haviam cerca de 300 cestas de Natal no almoxarifado e que alguns produtos perecíveis estariam perdendo. 

O número de cestas não distribuídas aos servidores não foi confirmado pela administração, mas de acordo com o vereador Francisco Rodrigues da Cunha Neto (Prof. Chico/PDT), líder do governo na Câmara, os itens das cestas que sobraram estão sendo entregues à população através da Secretaria de Ação Social. 

Prof. Chico e Ratinho comentaram o assunto na última sessão (Fotos: Alessandro Emergente/Arq)

Prof. Chico negou que algum item tenha sido perdido e afirmou que os produtos perecíveis já foram retirados das cestas de Natal e realocados nas cestas básicas. Entretanto, questionado em plenário, não soube precisar a destinação de itens como o espumante Sidra. 

Neste caso, o produto não pode ser inserido na cesta básica por conter teor alcoólico. O vereador do PDT disse acreditar que este item possa ser utilizado em algum evento.

Durante a sessão legislativa, alguns vereadores levantaram questionamentos sobre o assunto como a não distribuição das cestas de Natal a servidores municipais da Câmara Municipal, como ocorria na gestão passada, e funcionários da gestão compartilhada.

Decepcionado

A discussão sobre o assunto foi na última sessão legislativa, quando estavam presentes na plateia cinco secretários municipais, que foram acompanhar o uso da tribuna pelo secretário de Habitação, José Luiz Bruzadelli. Na plateia estavam os secretários Décio Paulino (Obras e vice-prefeito), John Strauss (Agricultura e Meio Ambiente), Miguel Diogo (Fazenda), Luís Antônio Bruzadelli (Administração), Luiz Marcos Moraes/Marquinhos do PDT (Planejamento e Coordenação de Governo) e Fabiano Tamiett (Esporte e Juventude).

Alguns vereadores voltaram a falar da dificuldade na relação com o prefeito Maurílio Peloso (PDT), o qual consideram inflexível e pouco acessível. Disseram que os vereadores ajudam o governo por meio de indicações, apontando os problemas da cidade, mas não são atendidos. 

O vereador Vardemá criticou o prefeito Maurílio Peloso e afirmou:
"como prefeito não dá mais" (Foto: Alessandro Emergente)

Paulo Agenor Madeira (Paulinho do Asfalto/PRTB) chegou a dizer que não tem ido mais ao gabinete por não ser bem recebido e que, quando tem alguma demanda, apresenta diretamente aos secretários. Alguns secretários como Décio, Strauss e Marquinhos do PDT foram citados por terem diálogo com a Câmara e entender a importância do Legislativo.

O assunto foi puxado pelo vereador José Carlos Morais (Vardemá/PROS) que apontou dois episódios recentes que, para ele, foram a gota d água. Disse gostar pessoalmente de Peloso, mas como prefeito afirmou: “não dá mais”.

Problema cardíaco

Segundo Vardemá, o pai de uma criança de 4 anos com problemas cardíacos, residente no Pinheirinho, pediu ao vereador que o acompanhasse na abordagem do prefeito durante um evento oficial. Vardemá disse que já imaginava que a resposta seria negativa, mas acompanhou o cidadão, que disse ter sido eleitor de Peloso na última eleição.

Segundo o vereador do PROS, uma médica teria dito que a criança não aguentaria a cirurgia e não fez o encaminhamento. O pai da criança, segundo Vardemá, queria sensibilizar o prefeito para o problema para que se buscasse uma alternativa para que ele não corra o risco de perder o filho.

No entanto, segundo o vereador, ao abordar o prefeito, o mesmo teria simplesmente respondido que “não pode passar na frente de ninguém” e teria saído do local. Vardemá lamentou dizendo que o pai da criança não queria nenhum privilégio, mas sim tentar uma solução para a vida do filho.

O vereador disse ainda que esperava que Maurílio Peloso, ao menos, tentasse buscar uma saída junto a sua equipe técnica. Afirmou ainda que o modo em que respondeu, deixou o pai da criança com lágrimas nos olhos.

Alunos da escolinha sem transporte

Outra reclamação de Vardemá foi a negativa do prefeito em ceder ônibus para o transporte de alunos da escolinha de futebol em competições na região. Disse que o atual governo mantém os ônibus escolares parados em finais de semana e não os libera para o transporte de crianças e adolescentes para a prática esportiva. A justificativa do governo é de que esses ônibus são destinados exclusivamente ao transporte de alunos para as escolas.

O projeto social Cruz Preta/Escolinha da prefeitura tem mais de 300 alunos (de 5 a 17 anos). O vereador, responsável pelo projeto, afirmou que se o prefeito preferir cortar os incentivos ao projeto devido ao seu discurso, “que faça”. Disse que em outras administrações isso já ocorreu e o projeto foi “acolhido” por empresários da cidade como o fundador da Unifenas (Universidade José do Rosário Velano), Edson Velano.

Em tempo

O secretário municipal de Administração, Luís Antônio Bruzadelli, entrou em contato com a reportagem um dia após a publicação dessa reportagem e explicou o motivo da sobra e o processo de aquisição das cestas de Natal (LEIA AQUI)



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