Reunião define demandas das escolas de samba; imprensa é impedida de registrar

 Alessandro Emergente

As demandas levadas por representantes de escolas de samba a tribuna livre foram discutidas em um encontro com o prefeito Maurílio Peloso (PDT) em seu gabinete na tarde de terça-feira. O governo não permitiu a entrada de jornalistas para acompanhar a reunião, o que até então era comum na atual gestão.  

Ao assumir o governo, o atual prefeito havia definido como prática comum reuniões abertas em seu gabinete, com acesso da imprensa. Mas, após um ano a frente da administração, a postura mudou e o prefeito passou a evitar entrevistas e o acesso da imprensa a encontros no gabinete. As audiências públicas de prestação de contas da gestão também não ocorrem desde setembro, quando o prefeito foi questionado por pessoas da plateia. 

A reunião foi motivada por representantes de duas escolas de samba (Barão de Alfenas e São Clementes) que foram à Câmara Municipal pedir apoio. Para o carnaval deste ano a demanda principal era em relação à utilização dos instrumentos pertencentes ao patrimônio público e de uso das escolas.

Na reunião, apenas a presidente da São Clementes de Alfenas, Susy Mayhel Gomes, estava presente representando as escolas. Três vereadores participaram do encontro, solicitado pela Câmara Municipal. São eles: José Carlos Morais (Vardemá/PROS), Waldemilson Bassoto (Padre Waldemilson/PROS) e Antônio Carlos da Silva (Dr. Batata/PSB).

“Encontro tranquilo”

O superintende de Cultura da prefeitura, Ney Lima, disse à reportagem, após a reunião, que o encontro foi tranquilo e que as demandas para o carnaval deste ano foram solucionadas. Segundo ele, foi definido que a “melhor saída” neste momento é a utilização dos instrumentos pertencentes às escolas, uma vez que os recursos financeiros são escassos.

Uma das preocupações, manifestada pelos carnavalescos, era um eventual dano aos instrumentos e, caso isso ocorra, as escolas não têm verba para cobrir o prejuízo. Lima disse que os instrumentos são do patrimônio público e a utilização pelas escolas de samba atende ao interesse da coletividade. Por isso, eventuais desgastes são aceitáveis.

Barracão

Sobre a necessidade de construção de um barracão permanente para as escolas, Lima declarou que o governo deve estudar esta possibilidade para os anos seguintes. Para 2014, as escolas já conseguiram um barracão, emprestado por um empresário, para utilizá-lo provisoriamente.

As escolas querem um barracão para que possam desenvolver o trabalho no decorrer do ano. O almoxarifado, onde as fantasias estão sendo guardadas, é inviável este trabalho de rotina dos carnavalescos.

Uma das principais preocupações é com a regulamentação das escolas, que devido ao período de inatividade acumularam pendências com a Receita Federal. Isso impede que elas possam receber subvenções para custear as despesas do desfile. Por isso, Lima disse que haverá um esforço para solucionar este problema.

O superintendente de Cultura afirmou que a prefeitura dará o suporte técnico às escolas com a disponibilização de apoio jurídico e contábil. Os profissionais técnicos ajudarão as escolas de samba a regularizarem a situação.

Programação

Para o carnaval deste ano, a programação já está definida. Duas escolas (Barão de Alfenas e São Clementes) farão o desfile de 2014 e os ensaios serão itinerantes, passando por vários bairros da cidade. Os blocos, que pretendem desfilar, ainda podem fazer suas inscrições na Secretária de Educação e Cultura.

Haverá a tradicional marchinha, das 20h às 00h em frente ao Clube XV, com o grupo São Pixinguinha. A animação, na Mão Inglesa, será comandada por uma Banda Q Demais, que levará o som do axé aos foliões. Domingo e terça também haverá matinê com som mecânico e animadores.