Postado em terça-feira, 15 de agosto de 2023 às 15:51

Caxambu surpreende na gastronomia: do boteco à culinária de chef

Cornicciolo é receita simples e saborosa que conquista o turista; dica é experimentar os terroirs da Mantiqueira


 No último final de semana, Caxambu promoveu o tradicional Festival Boa Mesa. A proposta foi apresentar aos visitantes a cozinha mineira utilizando três dos principais terroir da Mantiqueira: água, queijo e azeite. Para quem visita a cidade, uma dica preciosa é a Forneria Foguete, no centro, para experimentar o cornicciolo. Trata-se de uma massa de pizza feita com azeite, farinha especial, fermentação lenta em forno e água mineral da fonte Dom Pedro. “É uma borda de pizza recheada”, define o proprietário da casa, Marcos Loesch.
Há um ano, desiludido com a vida, Loesch descobriu um vídeo do “carroceiro gourmet” no YouTube, algo que mudaria completamente sua vida. Antonio Carlos Gomes vendia cornicciones, uma espécie de pizza enrolada assada em forno em uma esquina no bairro Vila Madalena. Então ele decidiu ir a São Paulo para aprender a construir o forno. Como não tinha recursos, fez com sucata e restos de um carrinho que usava no bloco de Carnaval.
“Quando o forno ficou pronto, eu precisava testá-lo. Então levei para a roça e passei os dois meses seguintes testando todos os tipos de receita que acreditava ser possível preparar: empadas, empanadas, pães”, conta. Depois de vários testes, alguns bem-sucedidos, outros, não, nasceu o cornicciolo. Do carrinho de rua, Loesch passou ao restaurante e construiu o forno Saturno V, inspirado no foguete norte-americano usado nas missões Apollo e Skylab.

Além dos ingredientes citados, a receita leva uma dose de paciência: a massa é fermentada no mínimo 16 horas para ficar leve. “O ideal de fermentação é 24 horas. Acredito também que a carbonatação da água da fonte Dom Pedro II, considerada uma das melhores do mundo, ajuda no sabor”, explica. Os cornicciolos saem superquentinhos do forno, fumegantes, com o queijo do recheio estalando na esteira direto para a mesa.
Os sabores surpreendem o paladar dos desavisados, utilizando recheios como queijo e requeijão da Mantiqueira, cogumelos frescos, linguiça artesanal, banana com queijo e canela. Além do restaurante no centro, atrás do restaurante Coreto, há um quiosque com música ao vivo que vende a iguaria no Parque das Águas. No aconchegante espaço do parque, na época de nossa visita, era possível degustar o cornicciolo ao som de violinos.

Em Caxambu, há cardápios para todos os bolsos. O visitante pode tomar cafés especiais na esquina mais movimentada da cidade, na avenida Camilo Soares com rua João Pinheiro, no Dê-Dal Café (Instagram/Cafe Dedal), experimentar o torresmo de barriga em um boteco como Bar do Diego, na rua Prefeito Renato Maurício e Silva, ao custo de R$ 6 a porção, ou comer uma comida caseira em sistema self-service, a R$ 69,90 o kg, no restaurante Coreto (Instagram/Coreto Restaurante Caxambu), hoje o melhor custo-benefício da cidade. Não é à toa que o restaurante de frente para a praça 16 de Setembro fica constantemente lotado.
Pizzas, massas, peixes, carnes e risotos. O Agostini oferece um pouco de tudo, mas fez fama por ter a melhor pizza da região do Circuito das Águas. Com matriz em Caxambu e unidade em São Lourenço, o restaurante carrega a tradição de uma família italiana da cidade de Lucca, na região da Toscana. O proprietário Fernando Lopes Agostini Megda transformou a varanda do Hotel Lopes em um restaurante, hoje um dos mais tradicionais da cidade.

São 21 sabores feitos no fogão à lenha, outros sete especiais e 11 gourmets, em tamanhos variados, da grande ao botinho. Segundo Edna Helena, gherente da casa, a massa é aberta na hora no fogão à lenha. Entre as mais pedidas estão a Cruziliense, com mozzarella, molho de tomate italiano, queijo tipo Brie, presunto Parma, finalizada com mel cogumelo lascados e trufas, de bacalhau e de camarão. Os preços variam de R$ 56 a R$ 95,50.

Se quiser um cardápio elaborado mais gourmetizado, com entrada, prato principal e sobremesa, a chef Aparecida da Silva Matoso, mais conhecida como chef Pri, atende com reserva no Prinacotta Bistrô (Instagram/Prinacotta), no bairro Parque dos Ipês. Ela montou sua cozinha no sótão e recebe os comensais em sua sala, oferecendo risotos e camarão. Para coroar o paladar, harmoniza os pratos com vinhos argentinos e chilenos.
A dica é experimentar o camarão empanado com molho de limão e geleia de pimenta, a R$ 79,90, como entrada, o ravióli de ricota com espinafre e molho de tomate, a R$ 55, ou a o risoto de figo, a R$ 58,90, como prato principal, e bolinhos de tapioca com coco frito na canela e açúcar e doce de leite de Caxambu, a R$ 30, ou panacotta com frutas vermelhas, a R$ 26,90, como sobremesa. Um detalhe importante: os pratos são todos individuais.

Na decoração colorida e despojada de Marlene Diorio, fotografias de pratos nas paredes, garrafas de vinho e fotos de celebridades para quem a chef Pri cozinhou como as atrizes de “Amor Perfeito” Camila Queiroz e Mariana Ximenes, os cantores Ivete Sangalo, Daniel e Eduardo Costa. Camila, por sinal, pediu um linguine com tomate e manjericão. Os pratos são bem-apresentados, bonitos e coloridos. Os preços, diga-se de passagem, também.
Fonte: otempo.com.br



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