Postado em sexta-feira, 29 de julho de 2022 às 15:03

Como se comunicar com cães surdos e cegos? Especialistas dão dicas

Muitos animais com deficiência sofrem por falta de comunicação com seus tutores. Profissionais indicam estratégias para auxiliar na troca de informações importantes


 Os animais com deficiência sofrem preconceito e, muitas vezes, são abandonados nas ruas. Essa condição não interfere na capacidade intelectual, pelo contrário, os outros sentidos acabam aflorando mais, fazendo com que eles aprendam novas formas de se comunicar. Amanda Fuller, uma adestradora americana, mostrou em seu perfil do Tiktok que é possível ensinar diferentes habilidades para cachorros surdos e cegos, provando que eles são inteligentes e capazes de tudo.


“É importante que os estímulos físicos e mentais continuem acontecendo para promover uma qualidade de vida para estes pets. O primeiro passo é compreender as deficiências e limitações de cada um. Devemos explorar e estimular os demais sentidos intactos, que são capazes de compensar a deficiência e promover incríveis adaptações à nova realidade”, diz Flávia Delecrode, médica-veterinária com atuação em reabilitação de cães e gatos.


Existem algumas formas de instigar o peludo a realizar novas atividades e de se adaptar ao ambiente. Uma das principais é não alterar a disposição dos móveis na casa, pois isso pode fazer o animal perder o senso de direção, dificultando a sua rotina.

Outra coisa que traz bem-estar para os bichos com deficiência é a presença de outros pets, pois eles acabam se ajudando. Para minimizar a desvantagem de um cão cego, por exemplo, em relação aos outros animais, o tutor pode pendurar um guizo na coleira de cada um deles, assim ele poderá encontrá-los facilmente, sugere Renata Mosse, professora e coordenadora da pós-graduação de fisiatria e reabilitação animal na Faculdade Anclivepa. Mas, cuidado, esse item não pode ser utilizado em felinos, pois o barulho pode estressá-los.

Além disso, para melhorar a comunicação entre tutor e animal, é possível utilizar o tato. O tutor pode criar um toque específico para cada tarefa, isso vai ajudar o pet a assimilar o que está acontecendo, principalmente se isso for colocado em prática todos os dias.

O olfato dos cães surdos e cegos deve ser estimulado de diferentes formas pelo tutor (Foto: Pexels/ Pixabay/ CreativeCommons)
O olfato dos cães surdos e cegos deve ser estimulado de diferentes formas pelo tutor (Foto: Pexels/ Pixabay/ CreativeCommons)

“Quanto ao deficiente auditivo, devemos acordá-lo com calma, acariciando sua cabeça, usar gestos e toques para se comunicar. Os tutores podem investir na brincadeira de buscar a bolinha para que o cão tenha mais noção de espaço”, revela Flávia. Além disso, o olfato desses cachorros é bem apurado, por isso, o responsável pode estimulá-los a encontrar objetos específicos por meio do cheiro.

Ademais, os recursos visuais funcionam bem em cães surdos. Ao chamar o cão, o tutor pode apontar uma lanterna de laser para uma parede próxima ao animal algumas vezes. Com repetição e reforço, ele vai compreender que isso é uma forma de comunicação. É importante não deixar a luz entrar em contato direto com o olho do cachorro, alerta Flávia.

Por fim, a médica-veterinária com atuação em reabilitação animal Maira Rezende Formenton sugere que o tutor realize o adestramento com o pet, pois, com o tempo, ele aprenderá a responder a diferentes estímulos, proporcionando um enriquecimento ambiental e maior autonomia ao peludo.






FONTE: REVISTA CASA E JARDIM



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