Postado em quinta-feira, 2 de janeiro de 2020 às 16:04

Vítimas de tragédia em Guapé, pai, mãe e filha viajaram para curtir feriado

Os três viviam em Campos Gerais; a quarta integrante da família, uma jovem de 21 anos, não estava com eles no dia da tragédia.


Na manhã do primeiro dia do ano, essa quarta-feira (1°), Áurea Carvalho Magalhães Couto, 49, e seu marido Emerson Luis de Magalhães Couto, 45, saíram de Campos Gerais, município onde viviam no Sul de Minas, com a filha Dafhine Carvalho Magalhães Couto de 17 anos para curtir o feriado em um complexo de cachoeiras no Parque Ecológico do Paredão em Guapé – distante apenas uma hora e trinta minutos da cidade onde moram.

Os três integrantes da mesma família acabaram mortos na tarde dessa quarta-feira após serem atingidos por uma cabeça d´água – quando o volume de um rio aumento após uma forte chuva – na cachoeira em que se divertiam. Os corpos de pai, mãe e filha foram resgatados ainda no começo da noite de quarta-feira por militares do Corpo de Bombeiros e seguiram para o Instituto Médico Legal (IML) de Alfenas, também na região Sul, onde parentes aguardam a liberação na manhã desta quinta-feira (2), segundo informações fornecidas por amigos da família. O casal deixa uma filha de 21 anos, que morava em Itajubá, na mesma região, e que não os acompanhou na viagem.

Durante o fenômeno, um grupo de banhistas acabou ilhado na região e precisou esperar que as águas se tornassem menos intensas para serem retirados de lá por uma força-tarefa composta por bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil de Minas Gerais e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). No momento do desastre, alguns dos visitantes do parque registraram em gravações de celular o momento em que a tromba d´água cai sobre o rio onde todos se banhavam. Em uma das imagens, é possível ver as pessoas tentando se afastar das margens do rio, uns se escondem debaixo de árvores e outros na parte mais alta do lugar.

Naturais de São Paulo

Há cerca de cinco anos, pai, mãe e as duas filhas, integrantes da igreja Verbo da Vida em Guarulhos, no estado de São Paulo, decidiram se mudar para o interior de Minas Gerais com o intuito de serem os anfitriões da primeira sede desta igreja evangélica no município de Campos Gerais. Assim, todos viajaram para a cidade mineira, onde também se tornaram proprietários de um restaurante conhecido no município, chamado Recanto Mineiro.

De quarta-feira até a manhã desta quinta, muitos amigos, conhecidos e mesmo clientes do restaurante usaram as redes sociais para declarar o luto diante da perda dos três. Áurea e Emerson eram pastores-auxiliares na congregação da Verbo da Vida instalada em Campos Gerais. A filha mais nova, a de 17 anos que também acabou morrendo no acidente em Guapé, morava com os pais e estudava na cidade. A mais velha, uma jovem de 21 anos, havia se mudado há pouco para Itajubá, onde vivia com pastores e se dedicava às atividades da igreja, como contou o supervisor da congregação em Minas Gerais, o pastor Marcelo Carvalho.

"Eu estou viajando para Guapé agora pela manhã (quinta-feira) para apoiar a família neste momento. Eles moravam em Campos Gerais há cerca de cinco anos, foram anfitriões de um grupo de comunhão. Era um casal muito amado na cidade por serem ministros evangélicos e em vários momentos recebiam as pessoas em seu restaurante", comenta. De acordo com ele, ainda não há quaisquer previsões a respeito de velório ou enterro da família, como também não se sabe se serão transportados para Campos Gerais ou para São Paulo.

´Ficamos sem entender´

Uma reportagem exibida no telejornal local na noite dessa quarta-feira (1°) causou sensação de desamparo e muita tristeza em Anderson Cambraia, 36, e em seus familiares. O morador de Paraguaçu, no Sul de Minas, mantinha uma forte relação de amizade com Emerson, Áurea e as duas filhas jovens do casal. Na véspera do ano-novo, os amigos conversaram por telefone e trocaram votos de prosperidade, saúde e felicidade para o novo ano prestes a começar.

"Nós tínhamos um vínculo de amizade muito grande. Um dia ante, no 31 de dezembro, nós trocamos uma ligação para desejar ´feliz ano-novo´. Ontem (quarta-feira), eu fui saber da tragédia pela televisão. Eu já tinha visto que tinha tido essa tragédia em Guapé, mas nunca imaginava quem seriam as vítimas. Só depois que eu vi que eram eles", conta. Ao saber da notícia, Anderson e seus familiares logo pensaram na filha mais velha do casal, que perdeu pai, mãe e a irmã.

"Nós ficamos muito abalados, sempre estávamos com eles na medida do possível. Realmente é uma perda que a gente não entende, nós só podemos confiar em Deus e agradecer pelo tempo que estiveram conosco, a amizade ficará eternamente. A filha mais velha não estava com eles, agora ela ficou sozinha", lamenta com a voz embargada.

Fonte: O Tempo



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