Postado em terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Secretária admite dívida de R$ 5 milhões do município com HUAV

A secretária de Saúde, Ludmila Rodrigues, confirmou uma dívida de R$ 5 milhões com o Hospital Alzira Velano (HUAV).


Alessandro Emergente

A secretária de Saúde de Alfenas, Ludmila Rodrigues, confirmou a existência de uma dívida de aproximadamente R$ 5 milhões com o Hospital Universitário Alzira Velano (HUAV). Uma execução judicial já foi iniciada segundo o representante da entidade, o diretor de serviços de saúde do HUAV Aristides Graiewska.

A sessão desta segunda-feira foi longa. Durante quase três horas a reunião ficou concentrada na discussão sobre o atendimento dos pacientes pelo SUS (Sistema único de Saúde). Por isso, a pauta da reunião que previa a votação de nove projetos de lei (oito deles em primeiro turno) não foi cumprida.

O presidente da Câmara, Vagner Morais (Guinho/PT), convocou para esta terça-feira, pela manhã, a continuação da pauta da reunião. Pelo regimento interno, a sessão não pode ultrapassar o limite de três horas de duração e, por isso, pouca após às 23h desta segunda a sessão teve que ser encerrada.

A secretária de Saúde ocupou a tribuna por pouca mais de uma hora e meia prestando esclarecimento aos vereadores sobre as ações de saúde pública no município. Ludmila atendeu a uma convocação da Câmara que aprovou um requerimento do vereador José Batista Neto (PMDB) pedindo explicações sobre o assunto.

O requerimento do peemedebista foi apresentado logo após uma reportagem exclusiva do Alfenas Hoje que mostrou a falta de atendimento em unidades de pronto socorro da cidade.

A dívida

Ludmila não soube precisar o valor da dívida, mas disse que seria de aproximadamente R$ 5 milhões. Segundo ela, parte deste valor são dívidas contraídas antes de 2005, quando o PT assumiu a prefeitura, mas a gestão petista decidiu reconhecer estes débitos.

Aristides disse que já há uma execução judicial contra o município. Não confirmou o valor da dívida. Ao ser questionado por um vereador sobre o valor, disse apenas que o processo é público.

Aristides e Aécio ao usarem a tribuna

Já haveria uma intermediação do deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB), ligado à família Velano, com a administração de Alfenas tentando intermediar um acordo para o pagamento da dívida sem a necessidade de uma demanda judicial.

HSC

Em relação ao Hospital Santa Casa (HSC), o administrador Aécio Lourenço de Assis disse que não há atraso em relação aos repasses referente a contratualização, porém o HSC não recebe nenhum valor do município como subvenção, contrapartida ou auxilio.

Segundo Aécio, o Pronto Socorro representa um prejuízo mensal de R$ 150 mil e o HSC só mantém o serviço devido a uma missão estatutária. “É impossível mantê-lo apenas com recursos do SUS”, afirmou Aécio ao sustentar que é necessário um auxílio financeiro do poder público.

O prejuízo do Pronto Socorro, segundo o administrador do HSC, é absorvido pelo atendimento de alta complexidade do SUS (como a oncologia) e pelos convênios particulares. Desde 1994, não há, segundo ele, um reajuste linear na tabela de repasse.

Maus Atendimentos

Aristides, do HUAV, afirmou que a disponibilização de nove médicos plantonistas durante 24 horas deve corrigir eventuais falhas no atendimento. Disse que o grande fluxo de pacientes prejudica um atendimento melhor, uma vez que a cada 11 minutos há um novo paciente para os clínicos. Aponta um custo de R$ 300 mil mensais só com o pagamento de médico para manutenção dos serviços no PS.

Aécio disse desconhecer qualquer cobrança de consulta no PS e caso receba indícios desta prática irá apurar e punir. A denúncia foi feita por José Batista ao afirma que possui recibo de um pagamento por parte de um paciente. “Não admitimos cobrança a pacientes do SUS”, declarou.

A secretária de Saúde, Ludmila Rodrigues, usou a tribuna durante1h30 

Ludmila disse que o município investiu, no ano passado, cerca de 16% da receita orçamentária na saúde, percentual acima dos 15% previstos na legislação. Ela citou políticas de prevenção que culminou com uma redução nos atendimentos de urgência. De 2008 para 2009 estes atendimentos caíram de 93.486 para 85.879.

O vereador Sander Simaglio (PV) disse não contestar avanços na saúde durante a gestão petista, mas entende serem abusivos os investimentos em propagandas para divulgar as conquistas neste setor.

O parlamentar do PV citou um caso de um paciente que necessitava de uma biopsia, mas o hospital – não citou o nome – recusou a realização do exame alegando que não compensava financeiramente. Sander ainda propôs uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para discutir o assunto. “Nós precisamos propor uma CPI. Precisamos dar uma resposta a população”, declarou.



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