Postado em sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Justiça decreta falência de empresa que anunciou unidade em Alfenas

A Justiça de SP decretou da Leite Nilza que chegou a anunciar investimentos em Alfenas em 2008.


Alessandro Emergente

A Justiça de São Paulo decretou a falência da Indústria de Alimentos Nilza (Leite Nilza) que chegou a anunciar investimentos em Alfenas em 2008. A empresa vinha de um processo de recuperação judicial, mas suspeitas de lavagem de dinheiro e fraude levaram a decisão judicial. A informação foi divulgada esta semana pelo jornal Folha de S. Paulo.

Em 2008, a empresa anunciou a instalação de uma unidade em Alfenas, mas entrou em crise financeira. Em julho daquele ano, a Câmara Municipal aprovou um pacote de incentivos às empresas que fizessem um investimento em Alfenas superior a R$ 10 milhões. A lei atingiria a Leite Nilza que pretendia fazer um investimento superior a R$ 20 milhões em sua unidade que seria instalada no Distrito Industrial.

A previsão da empresa era um faturamento de R$ 22 milhões no primeiro ano de atividade (2009) e o beneficiamento de 500 mil litros de leite/dia.

Além da isenção de tributos municipais por um período de 10 anos, a Lei de incentivo também previa um repasse de R$ 50 mil mensais durante dez meses a Leite Nilza. No entanto, a empresa não chegou a ser beneficiada. Isto porque os repasses estavam condicionados a um cronograma.

A empresa chegou a adquirir um terreno no Distrito Industrial, próximo a Unifi, e fez a terraplanagem. Mas após esta iniciativa, a Leite Nilza – que pretendia se instalar em Alfenas em 2009 – não deu prosseguimento ao processo de implantação de sua unidade.

Recuperação Judicial

Atingido por uma crise financeira, a empresa entrou em processo de recuperação judicial. Esta semana, a Justiça, de Ribeirão Preto, decretou a falência da empresa. A decisão foi após o Ministério Público apontar suspeitas de lavagem de dinheiro e fraude.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o laticínio estava em processo de recuperação judicial e tinha a companhia Airex Trading como principal interessada em assumir um passivo de R$ 420 milhões.

A Fraude

No entanto, interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça indicaram que a operação não passaria de fraude envolvendo o principal acionista da Nilza, o empresário Adhemar de Barros Neto, e o dono da Airex, Sérgio Antônio Alambert.

Segundo gravações feitas pelo Ministério Público, eles acertaram pagamento "por fora" de R$ 250 mil a um dos credores da Nilza. O objetivo seria fazê-lo convencer os demais credores a aprovar o projeto de recuperação judicial.

Como parte do plano – informa o jornal -, a Airex depositou, em juízo, os R$ 5,2 milhões para pagamento dos ex-funcionários, mas, com a suspeita de lavagem de dinheiro, a Justiça bloqueou o valor.

Segundo Flávio Okamoto, promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Ribeirão, o objetivo é descobrir a origem do dinheiro, uma vez que outras possíveis irregularidades apontam para lavagem.

O plano de recuperação judicial da Nilza foi aprovado em novembro do ano passado por todos os credores. A empresa chegou a responder por 15% do leite consumido no Estado de São Paulo.



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