Postado em sábado, 28 de agosto de 2010

Hospital de Alfenas é pioneiro na rotina do teste da orelhinha

Agora é Lei Federal. Os hospitais terão que oferecer gratuitamente o teste da orelhinha aos recém-nascidos.


Alessandro Emergente
 
No último dia 2 de agosto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Federal nº 12.303/2010 que obriga os hospitais públicos a oferecerem o teste da orelhinha. Mas Alfenas saiu na frente e o exame já vinha sendo oferecido. O Hospital Santa Casa (HSC), por exemplo, realiza o teste de rotina desde setembro de 2007.

De acordo com a fonoaudióloga Miriam Riuto Dias, o teste atinge 100% dos bebês nascidos na Santa Casa de Alfenas. Isto porque o serviço é oferecido diariamente – inclusive aos domingos. A fonoaudióloga realiza os testes 24 horas após o nascimento das crianças. Por mês são 70 a 80 crianças submetidas ao teste só no HSC.

A estratégia do HSC é disponibilizar o exame antes que a mãe e o bebê tenham alta e, com isso, o serviço é oferecido a todos os recém-nascidos na instituição. A iniciativa, que começou em 2007, é do Programa de Triagem Auditiva Neonatal.

Fotos: Henrique Higino

Teste é oferecido diariamente no HSC. Em destaque, o coordenador da pediatria do Hospital 

Em agosto, o presidente Lula sancionou a Lei que obriga os hospitais a oferecerem o serviço. Mas a Lei ainda não foi regulamentada, explica a fonoaudióloga.

“Apesar de importante, (o teste) não era obrigatório. Alfenas é pioneira no teste de rotina”, informa o médico Paulo Afonso Duarte Dias, coordenador da pediatria da Santa Casa.

O Teste
 

O teste é feito por meio de emissões otoacústica. Uma sonda é colocada no ouvido do bebê e, em seguida, é emitido um som que varia de 50 a 55 decibéis para estimular a cóclea (órgão responsável pela audição). As células ciliadas se movimentam e emitem um sinal que é captado pelo aparelho.

De acordo com dados do Comitê Internacional da Infância e Audição, três em cada 1 mil crianças sofrem com problema de audição. O índice é alto se comparado com o teste do pezinho, que, segundo Miriam, apresenta um percentual menor de incidência: 1 a cada 10 mil.

“O teste é indolor e não tira sangue. Além disso, se o bebê estiver dormindo ele não acorda”, esclarece a fonoaudióloga. O único impedimento durante o teste é o choro do bebê.

A fonoaudióloga explica que antigamente era comum identificar o problema somente após os 3 anos de idade o que prejudicava o desenvolvimento da linguagem. O diagnóstico precoce da surdez permite o desenvolvimento da linguagem num processo equiparado a uma criança com audição normal.

O pediatra explica que uma criança maior pode ter dificuldade em se adaptar ao aparelho. Por não ter consciência da amplitude do problema, a criança se sente incomodada e retira constantemente o aparelho. A criança com problema de audição também deve ser acompanhada por uma fonoaudióloga.

As mães que tiveram problemas de saúde (Rubéola, Toxoplasmose, Citomegalovirus, Herpes, Meningite, infecções, hipertensão, uso de medicamentos, entre outros) durante a gestação devem ficar atentas. Mesmo as crianças não apresentando falhas na audição durante a triagem inicial, as mães são orientadas a fazer um monitoramento auditivo até que a criança atinja os 2 anos de idade.

A fonoaudióloga lembra que também devem estar atentas a possibilidade do problema as mães de crianças que apresentam baixo peso, dificuldades respiratórias, icterícia (com a pele com aparência amarela), que utilizam medicamentos ototóxicos, além de crianças prematuras e internadas por um período de cinco dias após o nascimento.

O HSC é associado ao Gatano – Grupo de Apoio à Triagem Auditiva Neonatal Universal – Brasil.



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