Postado em quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Cadeião de Alfenas começa a ser demolido e atrai curiosos
Henrique Higino
Depois de 36 anos de funcionamento, o cadeião de Alfenas, desativado na semana passada, após a inauguração do Presídio, começou a ser demolido esta semana pela prefeitura.
O município pretende usar o espaço, mas ainda não definiu o destino da área. Durante a demolição do prédio, várias pessoas que passavam pela rua Gabriel Monteiro da Silva pararam para observar as dependências interna do cadeião.
>> Veja, aqui, imagens de fatos ocorridos no cadeião <<
A estrutura ao lado do cadeião, onde funcionava a antiga Delegacia, foi cedida ao Tiro de Guerra. Já o atual espaço onde funciona o Tiro de Guerra, na av. Governador Valadares, deverá ser usado em uma futura ampliação do Fórum Milton Campos.
O cadeião de Alfenas entrou em funcionamento em 1972, na gestão do prefeito Aristides Vieira de Souza. Mais de três décadas depois, o prédio mostrou-se obsoleto e suas dependências testemunharam o horror e desespero de quem passou por ali, um sistema criado pelo próprio Estado, ainda na época da ditadura.
Em um sistema prisional arcaico, que não recuperava o detento, o cadeião servia não apenas para privar o preso da liberdade, mas também uma forma de punição. As celas eram sujas, fedidas, úmidas e mal ventiladas. Exalava um cheiro, misturado a uma pequena poeira, que irritava os olhos e a respiração de quem passava pelo local.
Mesmo após a desativação, com as celas vázias e quase sem nenhum material dentro, funcionários da Prefeitura que trabalhavam na demolição reclamavam “da irritação nos olhos e na garganta”.
Esses não eram os únicos "dramas" enfrentados pelos presos. No interior do cadeião, acontecia de tudo: estupros entre presos, tráfico de drogas, brigas e até homicídio.
O cadeião de Alfenas tinha nove celas, sendo que duas eram ocupadas por menores. As outras três celas, do sistema de albergue, funcionavam no pátio da Delegacia.
COMENTÁRIOS