Postado em quarta-feira, 14 de dezembro de 2016 às 10:35

Maurílio Peloso diz que pensou em renunciar ao mandato

A declaração foi feita na Câmara Municipal, na segunda-feira, em um discurso que adotou um tom mais agressivo em relação ao governo anterior.


 Alessandro Emergente

O prefeito Maurílio Peloso (PDT) revelou essa semana que cogitou renunciar ao mandato de prefeito em 2014, segundo ano à frente da Prefeitura de Alfenas. A declaração foi feita na tribuna da Câmara Municipal, na última segunda-feira, em um discurso que adotou um tom mais agressivo em relação ao governo petista.  

Logo no início de seu discurso, Maurílio chamou o vice-prefeito Décio Paulino para ficar ao seu lado. Décio permaneceu junto ao prefeito durante toda a sua participação na tribuna. Maurílio recorreu ao seu secretariado, que estava na plateia, para confirmar as informações que eram transmitidas por ele.

Segundo Maurílio, ele chegou a reunir-se com Décio, o secretário de Fazenda, Miguel Diogo, e o secretário de Planejamento (que na época também acumulava a Coordenação de Governo), Luiz Marcos Leite Moraes (Marquinhos do PDT), para discutir a renúncia.

O prefeito afirmou que uma fala do vice-prefeito, a quem classificou como “fiel companheiro”, foi decisiva para que desistisse da renúncia. Décio, segundo ele, teria dito que se Maurílio desistisse da Prefeitura “as coisas ficariam mais difíceis ainda”.

As frases e as informações foram lidas em um discurso previamente definido, mas, em determinados momentos, o prefeito deixou de lado a folha com o discurso para complementar com comentários. Por exemplo, ao falar da dificuldade financeira, disse que a Prefeitura estava com fama de “mau pagadora”. 

O prefeito Maurílio Peloso ao lado de seu vice, Décio Paulino, durante discurso na Câmara (Foto: Alessandro Emergente)


Ainda falando sobre a dificuldade com pagamentos, Maurílio chegou a pedir a Décio, que também é secretário de Desenvolvimento Urbano, que preparasse caminhões da Prefeitura para coleta de lixo, uma vez que a empresa responsável cogitou parar com o serviço por conta de dificuldades no recebimento.

O prefeito enumerou gastos do seu governo com o da gestão anterior. Adotou um tom mais agressivo ao fazer as comparações, o que surpreendeu alguns aliados do futuro governo. As comparações foram diretas com o período da gestão do ex-prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT) e que retorna em janeiro.

Nas comparações, Maurílio não fez comparações diretas com o período em que o ex-prefeito Pompilio Canavez (na época no PT e hoje no PCdoB) esteve à frente do governo. Maurílio foi vice-prefeito na primeira gestão de Pompilio com quem tem vínculo familiar. Uma das filhas de Maurílio é casada com Igor Canavez, filho de Pompilio. 

O plenário estava lotado com a presença de todo o secretariado e demais integrantes do governo (Foto: Alessandro Emergente)


O atuou prefeito citou gastos com medicamentos, com cestas básicas, várias obras, pagamento de férias-prêmio a servidores, além de cortes no número de beneficiados do programa “Bolsa Família”. Nesse caso foi reduzido de 3.477 beneficiados para 2.232. Justificou os cortes afirmando que muitos recebiam o benefício de forma indevida.

Maurílio afirmou que a dívida da Prefeitura foi reduzida em seu período de governo – de cerca de R$ 32 milhões para R$ 20 milhões. Em janeiro de 2013, logo após assumir o governo, Maurílio apresentou um total de dívida vencida herdada que chegava a R$ 32,9 milhões. Já a dívida fundada (a longo prazo) chegava a R$ 39,9 milhões. 

A reportagem do Alfenas Hoje teve acesso a um balanço com as contas do Município, disponibilizada no site da própria Prefeitura em cumprimento a legislação que exige a transparência. Lá, a dívida fundada é apontada em R$ 45,1 milhões. Ou seja, um aumento de mais de R$ 5 milhões.

Repercussão

Após o discurso de Maurílio, alguns vereadores comentaram sobre a gestão pedetista em comparação com a petista. O vereador Vagner Morais (Guinho/PT) disse que, ao contrário do atual governo, o futuro prefeito vai dizer “sim” as pessoas e que não vai ficar olhando no retrovisor. Afirmou que a vida não tem preço e que, em casos de problemas de saúde, é preciso priorizar o atendimento mesmo diante da dificuldade financeira.

Já Elder Martins (PDT) classificou Maurílio como “uma figura emblemática pela simplicidade como se expressa”. Mas destacou a impessoalidade à frente do governo como uma característica importante e que deve servir de exemplo aos futuros gestores. Disse que num futuro talvez a população venha a reconhecer os feitos do atual governo.

 



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