Postado em quarta-feira, 18 de novembro de 2015 às 22:31

Em reunião tensa, líder do Governo sugere ao vereador Guinho ir “para o inferno”

A polêmica frase durante a sessão legislativa que os vereadores aprovaram o parcelamento da dívida com a Santa Casa.


 Alessandro Emergente

Em uma reunião bastante tensa, o vereador Francisco Rodrigues da Cunha Neto (Prof. Chico/PDT), líder do Governo na Câmara Municipal, sugeriu ao vereador petista Vagner Tarcísio de Morais (Guinho) ir “para o inferno”. A fala foi durante uma reunião extraordinária, na manhã de quarta-feira, quando o plenário aprovou um acordo para pagamento de uma dívida da prefeitura com o Hospital Santa Casa (HSC). 

Antes da polêmica frase, Prof. Chico adiantou que estava sem paciência e que não sabe se o petista “se faz de besta”, referindo-se a origem da dívida de R$ 2,5 milhões, alvo do projeto de lei votado. O pedetista fez questão de afirmar que esse débito é anterior ao governo atual.

“Eu não sei se alguém já sugeriu pro o senhor (...) pro o senhor ir para o inferno. Se não sugeriu, eu sugiro: vai pro inferno. Mas, pelo menos, chegue lá e dê paz ao capeta”, disse o vereador. “Muito obrigado Professor Chico”, ironizou Guinho. A discussão foi interrompida pelo presidente da Câmara Municipal, Enéias Rezende (PRTB), que deu sequência a reunião.

Guinho e Prof. Chico já protagonizaram outras discussões em plenário com frases polêmicas. Em abril deste ano, por exemplo, o petista chegou a usar a expressão “prefeito boiola” após um bate-boca com o líder do governo.

Antes da fala

Antes da fala de Prof. Chico, Guinho havia protagonizado uma discussão com o vereador Elder Martins (Pros), que criticou a postura da direção da Santa Casa. O petista chamou o prefeito de “mal educado” e que teria jogado a responsabilidade sobre o problema para a administração anterior e para sua equipe de assessores. Se referiu a uma reunião no gabinete do prefeito, realizada um dia antes.

A principal crítica de Elder foi a estratégia de pressão, feita pela direção da Santa Casa, para receber os valores em atraso: cortes no atendimento no pronto socorro e até ameaça de fechamento. Avaliou que esse tipo de pressão é prejudicial a população, que sofre com o problema. 

Prof. Chico, Guinho e Elder protagonizaram as discussões em plenário (Fotos: Alessandro Emergente/Arquivo)

Ex-administrador do Hospital Universitário Alzira Velano (HUAV), Elder disse compreender as dificuldades de gestão dos hospitais, porém isso não justificaria a forma de pressão adotada. Afirmou ainda que essa tática – que inclui negar atendimento aos pacientes – poderia trazer problemas para o HSC junto ao SUS (Sistema Único de Saúde).

De acordo com Elder, o atendimento no pronto socorro é “quesito primordial” para o credenciamento de novos serviços de alta complexidade, nível com melhor remuneração junto ao SUS. “A porta de entrada tem que estar aberta”, declarou.

O vereador do Pros também criticou o que chamou de “tratamento diferenciado” em relação a outros prestadores de serviço. A referência feita por Elder foi em relação ao Hospital Alzira Velano, que - segundo ele - tem montantes maiores a receber.

“Poder de microfone”

Após a fala de Elder, Guinho criticou o colega de plenário. Disse que o parlamentar estava utilizando o “poder de microfone” para humilhar os diretores da Santa Casa, que acompanhava a reunião da plateia. Disse que se fosse fazer esse tipo de crítica, que fizesse em particular e não em público.

O petista defendeu a estratégia da direção da Santa Casa ao afirmar que essa era o único meio de pressão que eles dispõem. “Estou falando o que eu penso e de forma embasada”, respondeu Elder.

Direção da Santa Casa

Flamarion Landre Diogo, tesoureiro do HSC, rebateu a exposição feita por Elder ao acusa-lo de estar “um pouquinho desinformado”. Afirmou que o compromisso da Santa Casa é manter o atendimento de urgência e emergência durante o dia e que o plantão foi fechado devido à falta de recursos financeiros.

Segundo Landre, os médicos não recebem desde julho devido à situação financeira do HSC e deram um prazo para que a direção da Santa Casa resolvesse o impasse. Disse ainda que serviços de pronto atendimento a casos de alta complexidade, como oncologia e hemodiálise, não tiveram interrupção. 

Flamarion Landre, tesoureiro da Santa Casa, usou a tribuna no final da reunião (Foto: Ascom/Câmara)



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