Postado em quinta-feira, 4 de março de 2021

Pesquisa que busca novos medicamentos para tratamento da Covid-19 recebe incentivos da BRF

Estudo identificou 10 moléculas sintéticas com potencial capacidade contra a infecção causada pelo coronavírus.


Da Redação

Atualmente, oito pesquisas focadas em soluções de enfrentamento à Covid-19 estão em atividade na Unifal (Universidade Federal de Alfenas). Uma delas, coordenada pelo professor Cláudio Viegas Júnior, do Instituto de Química, recebeu apoio financeiro da empresa BRF S.A., proprietária das marcas Sadia e Perdigão, por meio do Instituto BRF. Os recursos, da ordem de R$ 300 mil, serão utilizados para manutenção e desenvolvimento da pesquisa “Prospecção de novos ligantes antivirais e anti-inflamatórios capazes de atuar contra infecções respiratórias do tipo Covid-19’.

“Esta modalidade de financiamento e fomento é crucial para ampliarmos nossa capacidade produtiva e competitiva, não dependendo apenas de recursos governamentais. Em outros países mais consolidados é assim que funciona, mas no Brasil esta oportunidade é ainda deveras tímida”, explicou Viegas Júnior.

Ainda assim, segundo o pesquisador, a responsabilidade do Estado não deve ser diminuída com o incremento financeiro da iniciativa privada. Para ele, o apoio de empresas é “uma oportunidade a mais” para o desenvolvimento da pesquisa científica no país e, também, para o surgimento de novas demandas, ideias e uma nova forma de produção de ciência e geração de conhecimento, tecnologia, inovação e produtos.

A pesquisa “Prospecção de novos ligantes antivirais e anti-inflamatórios capazes de atuar contra infecções respiratórias do tipo Covid-19" está na fase inicial-intermediária. (Foto: Arquivo Pessoal/Claudio Viegas)


“Todos setores da pesquisa no Brasil estão sofrendo com escassez de recursos, sobretudo nos últimos cinco anos. Esse cenário vem impedindo a ampliação da nossa capacidade científica e tem trazido muito retrocesso, com perda significativa de infraestrutura já adquirida que, sem manutenção, acaba sucateando”, disse Viegas Júnior.

Os recursos do incentivo da BRF S.A serão aplicados em infraestrutura laboratorial como manutenção e aquisição de equipamentos e insumos necessários para a pesquisa.

O projeto iniciou por uma chamada interna do programa INCT-Inofar (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fármacos e Medicamentos) do CNPq e está na fase inicial-intermediária. A partir do estudo de cerca de 90 moléculas sintéticas, 10 foram identificadas com potencial atividade contra o coronavírus causador da covid-19.

Os estudos seguem em quatro frentes de trabalho: aprofundamento dos estudos computacionais; estudo in vitro para comprovação da atividade antiviral; estudos farmacológicos in vitro e in vivo para identificação da atividade anti-inflamatória em modelos semelhantes à inflamação decorrente da covid-19 e a síntese de novas substâncias para ampliação do banco de moléculas para estudo.

Até o momento, 18 pesquisadores de quatro instituições estão envolvidos no projeto. Da Unifal participam docentes e discentes alocados no Laboratório de Pesquisa em Química Medicinal (PeQuiM- Unifal) e dos programas de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) e em Química (PPGQ). A equipe de química computacional é liderada pelo professor Hermes Neubauer Amorim, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), o grupo de especialistas em virologia é coordenado pela professora Jordana Coelho dos Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o grupo de farmacologia da inflamação é coordenado pela professora Patrícia Dias Fernandes, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB-UFRJ).

Retomando a questão do incentivo concedido pela BRF S.A, Viegas Júnior reforça a necessidade de estabelecer mais parcerias entre o setor público e o privado para o desenvolvimento científico em nosso país. “É um caminho sem volta. Precisamos de mudanças na legislação e na postura dos pesquisadores e, sobretudo, da iniciativa privada, estimulando e protegendo este tipo de parceria”, destacou.

Sobre a BRF

Uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a BRF está presente em mais de 130 países e é dona de marcas como Sadia, Perdigão e Qualy. A Companhia baseia sua estratégia em uma visão de longo prazo e visa gerar valor para seus mais de 95 mil colaboradores no mundo, mais de 300 mil clientes e aproximadamente 10 mil integrados no Brasil, todos os seus acionistas e para a sociedade.



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