Postado em terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Os jovens começam a investir cada vez mais cedo


 A Folha Finanças desta semana fala sobre a presença dos jovens no mundo dos investimentos e a importância da educação financeira ainda nas escolas. Ricardo Pimenta, de 17 anos, investe na bolsa desde os 15 anos e é um dos jovens presentes no mercado muito antes de concluir o ensino médio. Ele foi entrevistado por Camila Haeckel Blanke, que é CEA, especialista em investimentos e trabalha no mercado financeiro há mais de 12 anos.

Segundo a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, os jovens foram os que mais procuraram por renda variável no ano passado. A participação de investidores na faixa de 16 a 25 anos aumentou 130,5% nos oito primeiros meses de 2020, alcançando 379,6 mil pessoas em agosto.

Na entrevista, Ricardo afirma acreditar que a educação financeira nas escolas é fundamental, porque muitas pessoas não têm o incentivo dos pais, que evitam falar sobre dinheiro. Na conversa, o jovem fala que a educação financeira pode contribuir para que a geração saiba lidar melhor com as suas finanças.

Confira a seguir, a entrevista com o jovem investidor, Ricardo Pimenta.

Com quantos anos você começou a se interessar pelo mercado financeiro?

Comecei a me interessar por investimentos quando eu tinha 15 anos. Eu assistia vídeos sobre investimentos no YouTube e assim eu comecei a me interessar cada vez mais pelo assunto. Depois de aprender um pouco, já fui logo pôr em prática o que eu sabia e continuei estudando sobre o assunto e me aprofundando cada vez mais.

Como você aprendeu sobre Investimentos, quais cursos fez?

Eu comecei fazendo o curso de educação financeira de Saulo Godoy, o que me ajudou muito a abrir minha mente sobre o tema. Logo depois comecei a assistir vídeos no YouTube em canais como Primo Rico, Jovens de Negócios, entre outros. Li alguns livros e fiz mentorias com especialistas na área de investimentos em renda variável, assim, formei uma base e comecei a investir.

Qual o seu perfil de investidor?

Tenho um perfil de investidor mais agressivo com um maior foco no longo prazo, onde aloco 80% do meu capital em renda variável, e as vezes utilizo de derivativos para alavancar uma operação que estou convicto. Mas o perfil de investidor varia de pessoa para pessoa e não existe um correto.

Como você diversifica sua carteira de investimentos?

Costumo investir 80% em ações, onde desses 80%, 30% estão investidos em ações no exterior. O resto do meu capital está no Tesouro Selic, um investimento com baixo risco e baixa rentabilidade.

Por que o interesse por bolsa de valores e investimentos cresceu tanto nos últimos anos?

Dois motivos para isso ter acontecido: o primeiro é a queda da taxa de juros no Brasil chegando ao menor nível da história, investimentos em renda fixa se tornaram menos atrativos. Dessa forma, as pessoas estão dispostas a tomar mais riscos para terem uma maior rentabilidade, gerando assim, um fluxo da renda fixa para variável. E o segundo é um maior acesso à informação por meio de Youtubers e influenciadores digitais.

Por que pessoas mais jovens tendem a tomar mais riscos?

Jovens tendem a tomar mais riscos, pois têm um horizonte de tempo maior que permite cometer erros. O tempo é o expoente da fórmula dos juros compostos, então quanto mais tempo você tem, mais você acumula.

Mesmo sendo jovem, você já errou como investidor?

Sim, já errei muito como investidor. Mas eu acredito que o erro faz parte do aprendizado e ensina mais do que os acertos. O importante é errar pequeno, assim, o dinheiro não sofre um impacto negativo muito grande.

Qual é a importância da educação financeira nas escolas?

A educação financeira nas escolas é fundamental, porque muitas pessoas não têm o incentivo dos pais, que, na maioria das vezes, não entendem sobre o assunto, estão endividados e preferem evitar falar sobre dinheiro. Dando essa educação desde cedo, acaba criando uma geração que sabe lidar melhor com suas finanças e no futuro levará uma vida mais estável.

Que dica você daria para quem está querendo começar?

Comece cedo, porque quanto mais cedo você começar, mais retorno terá no futuro. Outra dica que eu dou é: invista apenas onde você tem conhecimento, por isso que é importante ler livros, fazer cursos e mentorias antes de começar a investir, porque dessa forma você reduz seus erros e aprende mais rápido.

Erre pequeno, não se alavanque sem saber o que está fazendo, assim você está se expondo ao risco da ruína e você pode perder tudo. E por último, diversifique seus investimentos, invista em mais uma classe de ativo, pois assim você está reduzindo o risco de uma aplicação e aumentando os ganhos.

 

 

 

 

Fonte:Folha Pernambuco 



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