Postado em domingo, 9 de junho de 2019 às 20:08

Enem 2019: Qual a visão dos estudantes sobre o ingresso nas universidades?

Atividade promovida pelo Projeto “A Imaginação sociológica e o Sul de Minas” indicou as principais preocupações dos estudantes que farão o Enem.


Dentre as principais dúvidas dos estudantes acerca do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as possibilidades de ingresso no ensino superior, por meio das atuais políticas públicas, foram as questões que apareceram com maior frequência: Há possibilidade de uma mesma pessoa estar inscrita simultaneamente em duas ou mais políticas públicas? Em qual momento eu faço a escolha da modalidade de cota na qual irei concorrer a uma vaga? O que são e como são calculadas as notas de corte?

Em geral, os questionamentos dos estudantes estavam menos relacionados aos processos internos do Enem em si, e mais concentrados em como utilizar a nota da prova para ingressar no ensino superior. Neste sentido, destacam-se as principais políticas públicas que promovem o acesso ao ensino superior, tais como: Programa de Financiamento Estudantil (Fies), Programa Universidade para todos (Prouni), Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Os estudantes perguntaram sobre a possibilidade de submeter a nota em mais de um dos programas apresentados. A resposta foi positiva, pois eles podem se inscrever, inclusive, em todas as políticas públicas, porém uma vez efetuada a matrícula em qualquer um deles, seja o FIES, o Prouni ou o SISU, não poderão mais participar de outro programa simultaneamente. Durante as apresentações direcionados ao Fies, os estudantes se mostraram bastante interessados e impressionados com a facilidade que a política pública pode oferecer. A possibilidade de pagar um valor simbólico, de no máximo R$150,00, e cursar o ensino superior, trouxe um ar de esperança aos estudantes, que em muitos casos não possuem condições financeiras de pagar as altas parcelas do ensino privado.

Os alunos da Escola Estadual Prefeito Ismael Brasil Corrêa durante uma abordagem feita pelos universitários. A escola é uma das parceiras do projeto (Foto: Divulgação)


Quando indagados sobre quem realizaria o exame nacional, mais da metade dos estudantes da Escola Estadual Prefeito Ismael Correa Brasil respondeu que fariam a prova ainda neste ano, e que solicitaram a isenção de matrícula. Já na Escola Estadual Doutor Napoleão Salles, os estudantes, em sua maioria, responderam que não fizeram a inscrição deste ano, mas que devem participar de editais futuros. Apesar da adesão ter sido menor na segunda escola, a apresentação conseguiu prender a atenção até daqueles que não pretendiam fazer a prova. Isso revela a importância das discussões sobre as utilização do Enem para o ingresso no ensino superior, pois indica que os estudantes estão predispostos a não seguir um futuro educacional, apenas não possuem as informações necessárias para arquitetar tal perspectiva.

Em geral, os estudantes de ambas as escolas afirmaram não se sentirem preparados para o momento da prova, demonstrando apreensão a respeito de seu desempenho no exame. Sendo assim, os cursos preparatórios conhecidos como “cursinhos” aparecem aos estudantes como uma opção viável e ideal para lidar com essa insegurança.

Outra etapa importante da apresentação tinha como foco as políticas de cotas raciais, por renda, por deficiência e, mostrar que todas as cotas são direcionadas para alunos que estudaram em ensino público. Ao mostrar a relação de notas de corte entre as da ampla concorrência e das diversas modalidades de cotas, os estudantes conseguiram visualizar maiores chances de ingressar no ensino superior, mesmo sabendo da realidade complicada do ensino público.

A apresentação foi realizada pelo projeto de extensão “A Imaginação sociológica e o sul de Minas”. O objetivo era informar os estudantes do ensino público sobre as inscrições para o Enem, e mostrar a importância de se realizar o exame. A intenção foi de reforçar a ideia de que as universidades públicas foram criadas para serem acessadas por todos. Hoje, mais do que nunca, fazer uma faculdade pública, por meio das políticas públicas de ingresso, é também um ato político.



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