Postado em domingo, 12 de junho de 2016
às 14:42
“Ética na Administração Pública” é tema de debate na Unifenas
O debate ocorreu com a participação de estudantes de Administração, Direito e Ciências Contábeis.
Da Redação
Por iniciativa dos alunos do 7º período do curso de Administração da Unifenas (Universidade José do Rosário Velano), ocorreu na Universidade o debate “Ética na Administração Pública”. Sem conotação político-partidária, os acadêmicos elaboraram, previamente, 20 perguntas que foram direcionadas a um professor universitário, a um advogado, a um representante da classe política e a um administrador público.
O debate ocorreu com a participação de estudantes de Administração, Direito e Ciências Contábeis. No seu decorrer, o público obteve informações que lhe permite ter uma opinião mais embasada, capaz de separar a atuação ética, do “discurso”. Ao abrir o evento, os acadêmicos responsáveis pela organização, em um texto lido pelo mestre de cerimônia, disseram que o acesso à informação deixa a sociedade perplexa com os desvios de políticos eleitos como seus representantes.
Mais à frente, lançaram três palavras para reflexão: ética, imoral e ilegal. Ponderaram que a falta de ética pode ser imoral, mas não ilegal. Dentro do contexto de que “nem tudo que é imoral é ilegal”, exemplificaram que a entrega de cargos de confiança para alianças políticas flerta com a imoralidade, embora não seja ilegal. Já o nepotismo, nomeação de familiares para cargos de confiança, congrega a falta de ética, a imoralidade e a ilegalidade em uma única prática. Foi diante destas questões que se propôs o debate.
Os convidados para compor a mesa foram: Fausto Costa, secretário de Desenvolvimento Econômico de Alfenas e secretário executivo da Alago; Fernando José Pereira, secretário executivo de Desenvolvimento Rural da Prefeitura de Alfenas; Guilherme Ribeiro Rocha, advogado; e Denilson Victor Machado Teixeira, professor no curso de Direito da Unifenas em Alfenas e Campo Belo.
A ética e as futuras gerações
A ideia de convidar diferentes profissionais para que se discutisse o tema surgiu dentro da sala de aula, na disciplina “Ética na Organizações”. O professor André Luiz Silva, responsável pela disciplina, destacou que, juntamente com a coordenação do curso de Administração, apenas fomentou o trabalho, todo executado e planejado pelos acadêmicos do 7º período.
Para o professor, dentro de uma visão prática, o debate elencou “quais são os desafios que temos que enfrentar para legar ao futuro uma geração mais ética, mais justa e com mais paz social”. Segundo afirmou, o hiato da administração pública em relação aos impostos pagos e os serviços prestados, por si só, gera um bom debate. Um dos desafios hoje é “equalizar a conta, fazer com que haja retorno do serviço público em forma de atendimento, de segurança pública, educação. Temas recorrentes na mídia”.
Ao comentar sobre o senso comum de que não há ética na administração pública, Silva disse que poderíamos nos espelhar em modelos como o da Suécia: “a gente vê situações bem diferentes em que políticos vão trabalhar de bicicleta, seus salários são compatíveis com a de cidadãos que trabalham em outras profissões. Talvez este seja o caminho.” E acrescentou: “para nós [brasileiros] o mais importante é o papel, é o poder, é a pompa. Mais do que o fazer. Então, desmistificar isso, entender que fazemos parte de uma sociedade única e esse amor pela terra, pelos nossos irmãos, é que pode ser a grande saída para a ética”.
As informações foram divulgadas, na última quarta-feira (08) no site da Unifenas, porém a data do evento não foi informada.
COMENTÁRIOS