Postado em quarta-feira, 2 de março de 2016 às 15:15

Cada mosquito Aedes aegypti pode infectar até 300 pessoas, diz pesquisador da Unifal

O longo período do ciclo de vida do mosquito é um fator que agrava o problema caso o Aedes aegypti esteja infectado.


 Da Redação

O longo ciclo de vida do Aedes aegypti é um dos problemas que agrava a luta contra a dengue caso o mosquito esteja infectado e seja um transmissor. Ele pode infectar até 300 pessoas. A informação foi dada pelo pesquisador da Unifal (Universidade Federal de Alfenas), professor Luiz Felipe Leomil Coelho.

A fala do pesquisador foi durante um dos eventos de acolhida aos calouros, promovidos pela Universidade na semana passada. Além de Coelho(Instituto de Ciências Biomédicas), que pesquisa a Dengue desde 2006 (principalmente, nos aspectos genéticos, de diagnóstico e de novas alternativas vacinais), outro pesquisador, o professor Murilo César do Nascimento (da Escola de Enfermagem), também apresentou curiosidades sobre o mosquito transmissor de doenças como a Dengue, a Chikungunya e o Zika Vírus.

De acordo com o site da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), O ciclo de vida do Aedes aegypti dura cerca de 30 dias, tendo os machos um ciclo mais breve que as fêmeas. Mas Coelho alerta: “Nem todos os mosquitos são infectados, mas em períodos epidêmicos, que é esse período em que começa o ano até o final de maio, a gente tem uma grande probabilidade de o mosquito estar infectado”.

A atividade fez parte do engajamento da Unifal na campanha nacional para mobilização da sociedade civil na eliminação dos focos do mosquito, proposta pelo Ministério da Educação, que contou também com a distribuição de folhetos explicativos e adesivos de sensibilização à comunidade acadêmica. Além disso, houve uma reunião com representantes de vários segmentos do município de Alfenas, para discutir ações conjuntas no enfrentamento ao Aedes aegypti.

Para falar sobre o ciclo de vida do vetor, Leomil Coelho apresentou um vídeo mostrando como o mosquito identifica sua presa. Em seguida, o pesquisador explicou que os mosquitos põem seus ovos em recipientes com água parada que após o contato com a água, eclodem, surgindo a larva. “Essa larva vai se alimentar de matéria orgânica presente na água e vai crescer, passando por quatro estágios até chegar ao estágio maduro onde ela vira pupa”, esclareceu.

De acordo com Leomil Coelho, depois de um tempo, essa pupa sofre a metamorfose e o mosquito eclode para então iniciar sua vida aérea e terrestre infectando os indivíduos. “É a fêmea que se alimenta do sangue e faz isso para amadurecer o aparelho reprodutor dela, e conseguir colocar os ovos. O macho também se alimenta, mas ele vai se alimentar de seiva ou néctar”, enfatizou, informando que uma fêmea é capaz de colocar até 450 ovos.

Preocupação

“Tanto o número de casos (de Dengue) aumentou expressivamente aqui no município de Alfenas, como as condições clínicas e as formas de apresentação da doença têm se tornado mais intensas. De 2001 a 2010, aqui no município tinham sido confirmados, apenas 447 casos da doença. Em 2015, foram mais de 2.000 casos. Em um ano, extrapolou e muito o total de números de casos de uma década. Isso é uma mudança no quadro epidemiológico muito importante que não pode ser deixado de lado”, observou Nascimento.

Segundo o pesquisador, o mosquito consegue alcançar aproximadamente 300 metros de distância, o que significa que embora alguém cuide bem da sua casa, pode ser atingido pela fêmea do mosquito, caso um vizinho a dois quarteirões, não cuide da limpeza da sua. “Isso mostra a importância de toda a sociedade estar comprometida no controle do vetor”, conscientizou.

As falas dos pesquisadores foram durante um dos eventos de acolhida aos calouros, promovidos pela Universidade Federal de Alfenas (Fotos: Ascom/Unifal)



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