Postado em 24 de outubro de 2023

Notas de Brasília

Autor(a): Humberto Azevedo

Congressuanas e Esplanadumas, coluna de informações e palpites sobre os bastidores dos poderes da República.
Minas nordestina

Depois da obtusa e infeliz declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, de que o estado administrado por ele precisaria fazer uma frente sudestina e sulista contra o Norte e o Nordeste, o governo federal promoveu nesta sexta-feira, 20 de outubro, na cidade de Governador Valadares, no leste mineiro, um seminário intitulado de como “Desenvolver o Vale do Rio Doce”. O evento foi realizado em parceria com a Associação dos Municípios do Leste Mineiro (Assoleste), a regional Rio Doce da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), do Comitê da Bacia hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce) e da Associação Comercial e Empresarial de Governador Valadares.

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Além da organização, o governo federal patrocinou o seminário com recursos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) - campus de Governador Valadares, do Instituto Federal (antigo cefet) de Minas Gerais - campus de Governador Valadares, Banco do Nordeste (BNB), Caixa Econômica Federal (CEF) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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O seminário contou com a presença do ministro da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e com os presidentes do BNB, Paulo Câmara, e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral. Sudene, aliás, que atende 249 municípios do estado por, estes, possuírem características semelhantes às cidades nordestinas do bioma da caatinga, localizados no semiárido.

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Um dos organizadores do seminário através do seu mandato, o deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG), agradeceu a presença de Câmara, Cabral e Góes no evento. Segundo o petista mineiro, “essa visita tem o objetivo de entregar para a população de Valadares e região uma agência do Banco do Nordeste, o que, sem dúvida, incrementa o desenvolvimento da nossa região”.

Anti-Lula

O deputado federal pousoalegrense Rafael Simões, do União Brasil - partido que possui três ministérios no terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), subiu à tribuna do plenário Ulysses Guimarães para afirmar aos quatro cantos que seu mandato e sua luta política são contra o PT e contra o governo Lula. A declaração foi feita, segundo ele, para deixar claro esse posicionamento. Visto que na última semana, Simões afirma ter sido vítima de uma campanha de “fake news” que colocou a imagem dele junto a de parlamentares petistas para dizer que ele “virou petista e apoia Lula”.

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O parlamentar pousoalegrense argumenta que a origem da suposta notícia falsa seria de grupos petistas da cidade sul-mineira, mas ele não quis ou soube explicar essa motivação. Apenas atacou a legenda de centro-esquerda e o próprio presidente Lula. “Era a turma do PT disfarçada de direita. Quando interessa, eles são de direita; quando não interessa, eles são de esquerda. Isso é uma vergonha!”, exclamou. E continuou: “Nós não podemos aceitar isso. Quem me conhece sabe: eu combati o PT a minha vida inteira, vou continuar combatendo, e não vai ser nenhuma ‘fake news’ que vai tirar voto meu na minha região. Não sou PT, não sou Lula”.

Com Lula

Só que a declaração dada pelo deputado Rafael Simões na última terça-feira, 17 de outubro, no plenário da Câmara, se mostra parcialmente em mais de dois terços, falsa. Isso porque, de acordo com o “Radar do Congresso” - uma ferramenta tecnológica desenvolvida pelo site Congresso em Foco, esclarece que o pousoalegrense possui 68% de adesão ao governo do presidente Lula. Em menos de um terço das votações na Câmara, Simões não seguiu a orientação dos líderes do governo Lula. Ou seja, Rafael Simões não pode ser enquadrado como oposicionista e muito menos se auto-declarar antipetista e anti-lulista.

De olho no futuro

Em meio a mais uma guerra que conta com o apoio dos Estados Unidos, a China promoveu esta semana conversações intensas com dirigentes de governos e parlamentares de boa parte do mundo com a finalidade de estreitar ainda mais as relações comerciais das empresas chinesas com estas nações. Entre os vários políticos presentes em solo chinês estava o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que comandado uma missão diplomática parlamentar do Brasil se encontrou nesta sexta-feira, 20 de outubro, com o presidente da China, Xin Jinping.

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Após o encontro com Xin Jinping, Lira escreveu em suas redes sociais: “Como presidente da Câmara dos Deputados fui recebido hoje pelo presidente da China no Grande Salão do Povo, em Pequim. O mandatário chinês abriu um espaço em sua agenda para receber a comitiva brasileira da Câmara dos Deputados, que faz uma viagem oficial à China. Hoje, estivemos ainda nas empresas COFCO, maior importador de soja do Brasil, e na StateGrid, a principal [empresa] de energia do país”.

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Ao lado de Lira, o líder petista na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PR), destacou que a relação do Brasil com a China será ampliada nos próximos anos e voltada, principalmente, às exportações de produtos brasileiros e investimentos chineses em projetos de infraestrutura no país. “Representar o Paraná e o Brasil, sob a liderança do presidente Lula, percorrer o mundo mostrando o potencial econômico do país, buscando comércio exterior, compradores dos produtos brasileiros para gerar emprego e renda, é uma tarefa que quero continuar me dedicando cada vez mais”, escreveu Dirceu após encontro com o presidente chinês.

Dinheiro

Por outro lado, o presidente estadunidense Joe Biden, principal patrocinador da Ucrânia na guerra que aquele país enfrenta com a Rússia de Vladimir Putin, disse que vai solicitar ao Congresso norte-americano a liberação de recursos para repassar não apenas ao líder ucraniano Volodymyr Zelensky, mas também ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que desde o dia 7 de outubro vem massacrando a população civil palestina com a justificativa que sua ação é uma resposta ao grupo Hamas que promoveu um banho de sangue nas ruas israelenses.

Sem dinheiro

Só que Biden, parece que até se esqueceu, que o Congresso estadunidense cortou a ajuda dos cofres do tesouro daquele país para financiar a guerra de Zelensky, após um acordo ser costurado entre parlamentares dos dois únicos partidos norte-americanos (democratas e republicanos), que aprovou a elevação do teto da dívida dos EUA para impressionantes 33 trilhões de dólares - aproximadamente algo de 165 trilhões de reais. Lembrando que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2022 foi de 26,3 trilhões de dólares. Ou seja, a dívida do governo estadunidense está acima de toda riqueza produzida lá em quase sete trilhões de dólares. Só por curiosidade, o PIB brasileiro em 2022 foi de 9,9 trilhões de reais, cerca de 1,98 trilhão de dólares.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Alfenas Hoje

Humberto Azevedo
Jornalista e consultor político
Humberto Azevedo é jornalista profissional, repórter free lancer, consultor político, pedagogo com especialização em docência do ensino superior, além de professor universitário, em Brasília (DF).



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