Operação “Hora Extra” desmantela organização criminosa

 Alessandro Emergente

A operação policial “Hora Extra” prendeu 16 suspeitos de envolvimento em um esquema de tráfico de drogas na região. De Alfenas, foram oito presos sendo seis na manhã de segunda-feira (16). O resultado da operação conjunta, que envolveu todo o sistema de segurança pública, foi apresentado na manhã desta terça-feira na 2ª DRPC (Delegacia Regional de Polícia Civil).

As investigações tiveram início há nove meses e um dos momentos importantes foi a prisão, no final de fevereiro, de Jair Aparecido Fagundes (conhecido como Jair Batata ou Jair do Pó), de 41 anos. Ele é apontado como peça chave no esquema. Segundo as investigações, ele adquiria droga vinda de Ribeirão Preto (SP) e a distribuía em Alfenas e em outras cidades da região. 

Na manhã de segunda-feira (16), como havia informado o Alfenas Hoje, foi realizada a operação conjunta, envolvendo Polícia Civil, PM (Polícia Militar) e com o apoio da GM (Guarda Civil Municipal), no cumprimento a diversos mandados de prisão e de busca e apreensão.  

A operação “Hora Extra” foi desencadeada em diversas cidades. Além de Alfenas, na região a operação policial envolveu Campo do Meio, Carmo do Rio Claro e Boa Esperança. Em Ribeirão Preto, de onde partia a droga, as ações foram coordenadas pelo delegado Arlem Peterson Ribeiro (da Divisão de Homicídios e Tráfico de Drogas de Alfenas).

Os presos

Entre os presos em Alfenas está Rogério Wagner da Silva Pascoal, o “Vavá”, de 42 anos. Ele já havia sido preso em 2007 na “Operação Desmantelamento”, sendo apontado, na época, como um dos três chefes do tráfico de drogas na cidade. A Justiça chegou a bloquear veículos que estavam no nome dele e repassá-los para uso da GM. Em março de 2010, já em liberdade, “Vavá” foi baleado após um desentendimento em uma oficina mecânica e perdeu a visão em um dos olhos. 

Os outros presos em Alfenas são Walter Vangel de Souza (conhecido como “Nene Linguiça” ou “Neném”), 42 anos, Darcson Pereira Rodrigues, 33 anos, Regis Damasceno (“Reginho”), 25 anos, Paloma Aparecida dos Santos, 23 anos, e Rosângela de Fátima Santos, 54 anos. Jair Batata e Valdete Braz Mendes Marcondes, 43 anos, já haviam sido presos no mês passado, o que aumenta para oito o número de envolvidos presos em Alfenas.

Números

A operação realizada, na manhã de segunda-feira, nas quatro cidades da região envolveu 58 policiais civis em 15 viaturas, 45 PMs em 13 viaturas e 21 GMs em oito viaturas. Em Ribeirão Preto, foram 20 policiais civis em seis viaturas.

Durante a operação “Hora Extra”, foram apreendidos, em Alfenas, quatro automóveis e quatro motocicletas. A Justiça já autorizou o sequestro de bens dos acusados, além do bloqueio de contas bancárias. Entre os bens bloqueados está uma casa no Residencial Oliveira.

O delegado regional Celso Ávila Prado disse que a decisão da Justiça respalda a convicção da Polícia, apontada nas investigações através de provas, de que os bens foram adquiridos com dinheiro originado do tráfico de drogas. 

Em Alfenas também foram apreendidos 19 aparelhos de celular, que serão periciados e devem ajudar a Polícia a encontrar novas provas para as investigações. Também foram apreendidos R$ 3.974,00 em dinheiro e R$ 6.707,00 em cheques.

Outras cidades

Em Campo do Meio, a operação terminou com a prisão de Jaciel Bernardo, conhecido como “Geléia”, 30 anos. Em Carmo do Rio Claro foram três detidos: Dionathan Willian Silva Gonçalves, Fábio de Jesus Maia e Alan Marcelo do Nascimento. José Márcio de Oliveira foi preso em Boa Esperança.

Já em Ribeirão Preto, a operação policial prendeu Fernando Freitas Silva Zaporelli, conhecido como “Alemão”, Milena Aparecida Mineli, Jonathan Marcelo Alves Coelho, Adalberto de Souza Pacheco, o “Gordão”. Segundo a Polícia, “Alemão” e “Gordão” já são bastante conhecidos no meio policial e são de alta periculosidade.

“Hora Extra”

A operação foi batizada de “Hora Extra” em uma alusão ao clamor da sociedade no combate ao tráfico de drogas. A integração do sistema de segurança pública, envolvendo os diferentes órgãos, foi destacada pelo delegado Celso Ávila e pelo comandante da 18ª Cia de PM Independente, tenente-coronel Josué Emerick. 

Para o delegado, essa união entre os órgãos de segurança, que compõe o Estado, faz com que haja supremacia do “bem sobre o mal”. Destacou ainda as participações do Ministério Público e do Judiciário como fundamentais para o resultado das investigações e da operação. 

Outro aspecto levantado pelos comandos regionais da Polícia Civil e da Polícia Militar é a participação da sociedade. O comandante da PM disse que a sociedade precisa ter um comportamento de colaboração com os órgãos do Estado e não é possível aceitar passivelmente e com naturalidade apelidos como “Jair do Pó”. O apelido é uma alusão ao tráfico de entorpecentes.

Foragidos

A Polícia Civil ainda divulgou fotos de suspeitos que estão foragidos (veja logo abaixo). São nomes investigados por envolvimento em diversos crimes, entre eles o tráfico de drogas. Para o delegado regional, o tráfico é a “mola propulsora” de outros crimes e que a tática tem sido desestruturar financeiramente essas organizações criminosas.

Entre os foragidos estão Reginaldo Silva, o “Nadinho”, ex-presidente do Chapadão Esporte Clube e apontado como chefe do tráfico de drogas. Também aparece na lista Amilson Azola (“Alemão”), Renan de Souza (“Neguinho”), Wellington Luiz Ribeiro (“Erê”), João Batista Gonçalves (“João Branco”), José Dias Batista (“Faustão”) e Sávio Vítor Neves. Quem tiver alguma informação pode ligar para os números 181 e 190 e terá identidade mantida em sigilo.