Postado em quinta-feira, 28 de agosto de 2014 às 13:59

Família de vítima que morreu atropelada na av. Governador Valadares luta por Justiça

Mulher de 43 anos morreu após ser atropelada por um veículo e o motorista não prestou socorro.


 Da Reportagem

No dia 08 de agosto, Marlene Vieira, de 43 anos, morreu após ser atropelada por um carro que seguia pela avenida Governador Valadares sentido Bairro Vista Grande. O acidente foi na altura do número 1895, por volta das 12h15min. O condutor do veículo Honda Fit prata, envolvido na ocorrência, é Victor Russo, que teria fugido do local sem prestar socorro à vítima. De acordo com o boletim de ocorrência (BO), a Polícia Militar foi notificada do atropelamento logo após o ocorrido, às 12h20min.

Depois de passados quase 20 dias da morte de Marlene sem qualquer repercussão na mídia, uma das filhas da vítima, Janaína Vaz Vieira, indignada com a situação, entrou em contato com a reportagem do Alfenas Hoje. Janaína afirma que já ouviu o relato de testemunhas oculares e conta que sua mãe foi atropelada pouco antes de concluir a travessia da via por um veículo em alta velocidade.

“Quem viu diz que o carro vinha em alta velocidade, muito acima dos 60 km/h permitidos no local, quando atingiu minha mãe do lado esquerdo e a arrastou por alguns metros. Depois que parrou, o motorista desviou dela, que ficou agonizando no chão e fugiu rapidamente”, diz a filha da vítima. 

Família de Marlene (em detalhe), que morreu atropelada, pede Justiça 

De acordo com o laudo do IML (Instituto Médico Legal), Marlene foi levada com vida para o Hospital Universitário Alzira Velano (HUAV), onde deu entrada às 12h50min. O documento aponta que o veículo que a atropelou estava em alta velocidade e revela o gravíssimo quadro em que a vítima chegou à instituição, com fraturas em diversos ossos da cabeça, rosto e corpo, principalmente do lado esquerdo, e hemorragias. 

Ainda de acordo com o laudo, o quadro se agravou progressivamente até às 16h, quando foi decretada sua morte. “Não tem como dizerem que o motorista não estava correndo. O corpo de minha filha foi todo quebrado, seu rosto ficou irreconhecível, todos nós nos assustamos”, declara a mãe da vítima, Maria de Lurdes, de 60 anos de idade.

A mãe da vítima observa que Marlene tinha o lado esquerdo do corpo parcialmente paralisado devido à sequelas de um derrame. Entretanto, alega que era uma pessoa “muito ativa”, que ajudava a cuidar das filhas, dos netos e, além de deixar saudade, faz muito falta em casa. “Não consigo entender como ele foi embora e largou minha filha para morrer. Estou sendo obrigada a readequar minha rotina sem minha filha”, comenta. 

O laudo do IML diz que o veículo que atropelou Marlene estava em alta velocidade
e revela o gravíssimo quadro em que a vítima chegou ao Hospital

Além de Janaína, que é mãe de dois filhos, a vítima também deixou uma filha mais nova, Jaqueline Vieira Souza. “Quero ver o homem que atropelou e matou minha mãe na cadeia. Não é justo ele continuar solto”, enfatiza a caçula. 

Segundo a advogada Edléia Magrassi de Lima Ferraz, assistente de acusação, nesse caso podem se configurar dois delitos. “O primeiro é o atropelamento com resultado morte, e, além disso, temos outro crime que é o crime de omissão de socorro”, explica. 

 A advogada Edléia Ferraz, que orienta a família da vítima, e o advogado
do suspeito do atropelamento, Matheus Dias de Jesus

A advogada expõe que o caso está em fase de inquérito e conta que no B.O. constam testemunhas presenciais e informações de que câmeras de vigilância de estabelecimentos comerciais, que chegaram a gravar o atropelamento. “Como é um crime que deixa vestígios é necessário a conjunção de um corpo de provas e só após a conclusão dos laudos periciais e encerramento do inquérito é que se terá início a fase processual.”, explica a advogada.

O outro lado

A reportagem entrou em contato com o advogado do suspeito do atropelamento, Matheus Pereira Dias de Jesus. Segundo ele, Victor Russo transitava em velocidade permitida quando foi surpreendido pela vítima, que teria entrado na pista sem a atenção necessária.

O advogado destaca que o acusado se apresentou na Delegacia de Polícia de Alfenas por volta da 13h30min e explica que Russo não prestou socorro à vítima, pois sua mãe, uma senhora cardíaca de 75 anos, estava no veículo e, com o susto da colisão, começou a passar mal.

“Desta maneira meu cliente foi obrigado a seguir imediatamente para o hospital e uma vez realizado o atendimento de sua mãe, ele se apresentou na Delegacia para relatar o acontecido”, argumenta. Dias ainda salienta que o delegado Charles Khouri ouviu os envolvidos e entendeu como desnecessária a prisão cautelar do acusado e, assim, Russo responde o processo em liberdade.



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