Postado em segunda-feira, 7 de abril de 2014 às 17:36

Prefeito admite erro ao conceder aumento diferenciado, mas não apresenta nova proposta

O prefeito Maurílio Peloso admitiu que errou ao conceder aumento diferenciado a um grupo de médicos.


Alessandro Emergente

O prefeito Maurílio Peloso (PDT) admitiu, na manhã dessa segunda-feira, que errou ao conceder aumento diferenciado a um grupo de médicos, que atuam nos PSFs (Programa Saúde da Família). A avaliação foi feita durante uma reunião com a comissão de greve no gabinete do prefeito.

De acordo com o prefeito, o salário dos médicos beneficiados com o aumento subiu de R$ 7.749,00 para R$ 9 mil, o que representa cerca de 16% e não 27,75% como havia sido informado pelo comando da greve. São, segundo o secretário Luiz Marcos Moraes (Planejamento e Coordenação de Governo), cerca de nove médicos que atuam nos PSFs, mas são contratados através da “gestão compartilhada”.

Ao restante dos servidores o acréscimo oferecido é de 10%. O projeto de lei, que autoriza esse percentual, já foi enviado à Câmara Municipal para análise e aprovação.

Mesmo percentual

Em greve desde sexta-feira, os servidores municipais “fecharam” a rua em frente a prefeitura para um protesto contra o aumento diferenciado. Eles querem que seja concedido ao restante da categoria o mesmo percentual dado aos médicos da “gestão compartilhada”, contratados através do Hospital Santa Casa (HSC) e com repasses feitos através do Fundo Municipal de Saúde (FMS). 

Servidores fazem nova manifestação na manhã desta segunda-feira. Ao fundo, o
coordenador geral do Sindicato dos Servidores (Foto: Alessandro Emergente)

Apesar de admitir um erro, Maurílio disse que a prefeitura ainda passa por uma situação financeira “delicada” e que não tem como conceder um aumento maior do que já foi oferecido. Disse reconhecer que a prefeitura “paga mal”, mas que tem se esforçado para equilibrar as contas do município. 

Maurílio leu uma carta em que aponta as realizações em benefício ao funcionalismo, adotadas durante um ano e meio de gestão. Citou que o atual governo saldou a dívida (de cerca de R$ 2,5 milhões) com os servidores, referente às “férias prêmios” que deveriam ter sido pagas no governo anterior.

Proposta do Sindicato

Sem uma contraproposta apresentada pelo governo, partiu do coordenador geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alfenas (Sempre-Alfenas), Wagner Soares, uma proposta: um prazo de 60 dias para que o governo implementasse o “vale alimentação” e quatro meses para que chegasse ao mesmo percentual concedido aos médicos. 

Ao lado de sua equipe de governo, Maurílio recebeu a comissão de greve,
mas sem apresentar uma laternativa (Fotos: Alessandro Emergente)

O advogado Joselito de Souza (Lito), contratado pelo sindicalista, propôs ao governo pleitear recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para assistência social ao trabalhador e, com isso, o recurso poderia ser empregado no custeio do “vale alimentação”.

Maurílio não quis fechar compromisso e disse que poderia apenas analisar as propostas. Diante da falta de uma contraproposta, a greve foi mantida durante uma assembleia realizada no início da tarde desta segunda-feira. Os servidores fizeram uma nova passeata pelas ruas do centro e prometem um “panelaço” para manhã dessa terça-feira. 

Servidores “fecham” rua em frente a prefeitura para protesto, mas
Maurílio se mantém irredutível (Fotos: Alessandro Emergente)

Apesar de não apresentar nenhuma proposta e afirmar que não é viável um reajuste maior, a equipe de governo estuda como atender as reivindicações sem comprometer a austeridade nas contas. 

De acordo com o secretário de Coordenação de Governo e Planejamento, o comprometimento do orçamento com a folha de pagamento deve atingir cerca de 42%, incluindo a “gestão compartilhada”. Embora os terceirizados não entrem oficialmente no cálculo, o secretário argumenta que não pode desprezar esse impacto no planejamento.

Rua “fechada”

Pela manhã a rua Marcial Júnior, em frente a prefeitura de Alfenas, foi “fechada” para uma manifestação do funcionalismo. Eles se concentraram por volta das 8h da manhã e só deixaram o local depois das 11h, após o término da reunião entre o governo e a comissão de greve.

Enquanto a reunião era realizada no gabinete do prefeito, o clima do lado de fora era de agitação. Os servidores protestavam contra o aumento diferenciado e contra a defasagem salarial da categoria, acumulada desde 2006. 

Após ter o som do microfone cortado, Tani Rose argumenta com
a direção do Sindicato (Foto: Alessandro Emergente)

Quando a comissão de grevista aguardava na porta da prefeitura para ser recebida pelo prefeito, a ex-secretária municipal de Educação, Tani Rose, que atuou no governo anterior, utilizou o microfone e começou a citar ações da gestão passada em relação ao funcionalismo. O som do microfone foi cortado pela direção do Sindicato.

A coordenação do Sindicato argumentou que o momento não é de política partidária e, por isso, não cabia comparações entre governos na manifestação dos servidores. Tani Rose chegou a questionar o coordenador de comunicação, Neif Sarkis Rocha, dizendo que ela é servidora de carreira e filiada ao Sindicato e por isso tinha direito a voz.

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