Postado em sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
às 22:41
Acusado de ter matado jovem à facadas está foragido; rapaz teve a foto divulgada
O garçom Marcos da Costa Santos é apontado como o autor das facadas que tiraram a vida de Vieira.
Alessandro Emergente
A Polícia Civil divulgou, nessa sexta-feira (28), a conclusão do inquérito policial que investigou o assassinato do pedreiro Ederson Vieira, que foi morto à facadas na manhã do dia 18 de janeiro. O garçom Marcos da Costa Santos, que completa 37 anos na próxima segunda-feira, é apontado como o autor das facadas que tiraram a vida de Vieira.
Santos já teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, mas está foragido. Segundo a Polícia Civil, ele tem várias passagens policiais por agressão, uma delas por lesão corporal contra a ex-esposa.
O delegado regional Celso Ávila disse que o rapaz é conhecido por morar pouco tempo nas cidades e se mudar. Natural de Iretama, interior do Paraná, Marcos Santos chegou a residir em cidades como Itamogi e Belo Horizonte, mas no final do ano passado mudou-se para Alfenas, onde já tinha fixado residência anteriormente.
A última passagem de Santos por Alfenas durou menos de dois meses. Após o assassinato, em 18 de janeiro, ele não foi visto mais no emprego e nem no local onde morava, no bairro Santos Reis. Em seu último emprego, um bar noturno na avenida José Paulino da Costa, ele forneceu o nome falso de Marcos da Costa Cristo para esconder os antecedentes criminais.
Integração
A Polícia Civil chegou até Marcos da Costa Santos após a colaboração da Polícia Militar, que recebeu uma denúncia anônima através do número 190. Durante a entrevista coletiva, Ávila citou o trabalho de integração entre as duas corporações como fundamental para desvendar o caso. O comandante do 1º Pelotão da PM, tenente Castro, participou da coletiva.
De posse da informação, os investigadores da Polícia Civil passaram a monitorar o local onde o suspeito morava e o local de trabalho. Mas ele já havia deixado a cidade.
No início de fevereiro, a Polícia Civil prendeu Luís Fernando Marques Malich, 29 anos, em São João da Boa Vista. O rapaz também foi indiciado por participação no crime.
Segundo o delegado Arlem Peterson Silva Ribeiro, da Divisão de Homicídios e Antidroga, Malich confessou a sua participação no crime, mas atribuiu a Marcos Santos a autoria dos golpes com a faca e alegou que foi coagido, sob ameaças, a participar.
A versão, no entanto, não convenceu a Polícia Civil, que aponta participação ativa de Malich. “A todo momento ele aderiu a conduta e teve participação fundamental”, disse Ribeiro.
Os dois acusados foram indiciados por homicídio e tentativa de homicídio porque, além de Ederson, outras duas pessoas também foram esfaqueadas, mas sobreviveram. Malich não tem antecedentes criminais.
Reconstituição
Na manhã de quinta-feira, a Polícia Civil realizou a reconstituição do crime. Segundo Ribeiro, responsável pelas investigações, a remontagem da cena do crime comprovou a versão das duas vítimas sobreviventes, enquanto a de Malich mostrou “inconsistência” com lapsos de memória.
A confusão, que terminou em morte, começou após Marcos Santos e Malich chegarem de carona na avenida José Paulino da Costa e chamarem dois travestis para um luau, mas houve recusa. Os travestis estavam na esquina da avenida com a rua José Delmiro dos Santos com um grupo de pessoas, entre elas as vítimas. A discussão envolveu as outras pessoas do grupo, além dos travestis.
Após o “bate boca”, Malich foi até uma distribuidora de bebidas, que fica próxima ao local onde estava o grupo. Segundo o delegado, Malich tentou agredir Anderson Vieira, 18 anos, que revidou com um chute e o derrubou.
Anderson teria retornado até a esquina onde estava seu irmão, Ederson Vieira, e pedido para que fossem embora. Mas Ederson recusou e continuou no local fazendo uso de bebida alcoólica.
Arma do crime
Malich e Santos teriam ido até casa do segundo, no bairro Santos Reis, e pegado uma faca. Em seguida, ligaram para um táxi que os levou de volta até o local, onde houve a confusão. Segundo o delegado, Malich teria tentado agredir um dos travestis, mas foi contido.
Neste momento Marcos Santos chamou Ederson Vieira para a briga, na avenida, e o esfaqueou. Robson Maciel Diniz, 34 anos, ao ver Vieira sendo esfaqueado, tentou dar um soco em Santos, que demonstrou muita habilidade com a faca, virando e esfaqueando Diniz.
Segundo Ribeiro, o rapaz trabalhou como açougueiro e, por isso, se mostrou habilidoso com a arma branca. A faca, conhecida como “peixeira”, não foi localizada ainda.
O delegado disse que um dia após o crime, Malich foi internado em uma clínica para recuperação de dependentes químicos, uma vez que ele teria problemas com alcoolismo. O fato chamou a atenção da Polícia Civil que acredita que ele tenha sido orientado a se internar após o crime como uma estratégia de defesa.
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