Postado em terça-feira, 27 de agosto de 2013 às 20:38

Prefeito nega fechamento, mas propõe aumento no preço

O prefeito Maurílio Peloso (PDT) negou a intenção de fechar o Restaurante Popular, mas anunciou que pretende reduzir a subvenção. O custo seria repassado aos consumidores.


Alessandro Emergente

O prefeito Maurílio Peloso (PDT) negou, nesta terça-feira, a intenção de fechar o Restaurante Popular (RP), mas anunciou que pretende reduzir a subvenção do município. Com isso, o custo seria repassado aos consumidores.

Hoje, os clientes do RP pagam R$ 2,40 pela refeição no almoço. Pelo contrato, entre a empresa que administra o RP e a prefeitura, o preço fixado é de R$ 4,40 por refeição, sendo que a subvenção do município é de R$ 2, o que representa um custo de cerca de R$ 40 mil mensais para a prefeitura. “São R$ 480 mil por ano. Isso pesa para a prefeitura”, disse o prefeito.

No início deste ano já houve uma redução da subvenção de R$ 2,20 (valor que vinha sendo pago pela gestão anterior) para R$ 2. Nesta terça-feira, Maurílio disse que a intenção é uma nova redução do repasse, mas afirmou que isso não acontecerá de imediato. Não informou quando e nem qual seria o novo valor.

Fotos: Alessandro Emergente 

A instalação do RP em cidade com menos de 100 mil habitantes
inviabiliza repasse federal, disse o prefeito

As declarações do prefeito foram numa reunião, em seu gabinete, com o proprietário da empresa que administra o RP, Ivair Antunes, uma comissão de funcionários e uma comissão composta por quatro vereadores: Hemerson Lourenço de Assis (Sonzinho/PT), Waldemilson Bassoto (Padre Waldemilson/PT), José Carlos Morais (Vardemá/PT) e Elder Martins (PMDB). Dois secretários municipais, John Strauss (Agricultura e Meio Ambiente) e Miguel Diogo (Fazenda), também estavam presentes.

Atraso no repasse mensal

O prefeito prometeu solucionar os atrasos no repasse mensal (subvenção), que é feito com base no número de refeições servidas. O valor referente a julho, que está em atraso, foi pago nesta terça, e o de agosto será depositado até o dia 10 de setembro. A partir daí, o repasse deverá ser feito sempre até o dia 10.

Com isso, os funcionários, que paralisaram as atividades, decidiram retornar o trabalho. Segundo uma das funcionárias, a intenção era “pelo menos” ter uma data de recebimento. 

Um grupo de funcionários do RP caminhou pelo centro em um protesto pelo atraso nos repasses

O RP ficou fechado na noite de segunda-feira, quando um grupo de funcionárias foi à Câmara Municipal, e no almoço desta terça-feira. Na entrada do RP, foi colocado um cartaz com a seguinte frase: “Estamos sem almoço. Ligue para o prefeito e agradeça a ele”. 

Com cartazes, um grupo de funcionárias saiu do RP, caminhou pelo centro até a Câmara Municipal, onde uma comissão se reuniu com Maurílio Peloso. Durante o trajeto, elas gritavam: “Por que parou? Porque o Maurílio não pagou”.

Demissões

Devido a uma burocracia interna a autorização do pagamento tem saído com atraso. Os funcionários ainda não receberam o salário deste mês e estão preocupados com novos atrasos. Seis funcionárias foram demitidas no último mês.

De acordo com a gerente do RP, Daniele Patrícia de Paula, a situação é tão grave, que devido aos atrasos, a empresa que administra o RP não conseguiu nem mesmo pagar a rescisão com uma das demitidas. 

Cartaz colocado na porta do Restaurante Popular na terça-feira

Para saldar a folha de pagamento dos 18 funcionários – cerca de R$ 20 mil/mês – a empresa é obrigada a atrasar com fornecedores. O RP tem trabalhado praticamente sem estoque, apenas com o “giro do caixa”. 

Além da redução no valor da subvenção, a prefeitura também parou de arcar com o pagamento de água e energia elétrica como era feito na gestão anterior. Era um mecanismo para absorver o impacto no custo do café da manhã, que não recebe subsídio. O preço cobrado do cliente é de R$ 0,50, mas – segundo o proprietário da empresa - o custo é superior a este valor.

O prefeito também negou a proposta levada pela comissão de vereadores para que autorizasse o pagamento de parte de uma dívida de R$ 214 mil – classificada como “restos a pagar”.



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