Postado em terça-feira, 17 de novembro de 2009

Mulher chora ao usar tribuna para reclamar falta de medicamentos

A paciente do SUS Délvia Cristina Correa usou a tribuna da Câmara para reclamar da falta de medicamentos gratuitos.


Alessandro Emergente

A paciente do SUS (Sistema Único de Saúde) Délvia Cristina Correa usou a tribuna da Câmara Municipal para reclamar da falta de medicamentos gratuitos a população. Délvia emocionou-se e chorou ao citar casos de pacientes que ficam sem os remédios. A tribuna foi usada por ela na sessão desta segunda-feira, 16 de novembro.

Délvia disse que faltam medicamentos a população e criticou o município. Afirmou que há informações de um débito de R$ 800 mil da prefeitura com um laboratório o que demonstraria a falta de crédito do município com os fornecedores de medicamento.

Fotos: Alessandro Emergente

Delvia chorou ao comentar sobre pacientes que estão ficando sem medicamentos. Ela chegou a pedir que os petistas Cheta e Guinho (camisa azul) ficassem calmos

Ao citar casos de pacientes que não tem recebido os medicamentos, Délvia ficou emocionada e chorou. Disse que estava falando em nome de outros pacientes que têm medo de se expor e sofrer retaliações como o corte no repasse de medicamentos.

Délvia, diabética, acusou a prefeitura de fornecer os medicamentos a ela como forma de inibi-la para não utilizar a tribuna da Câmara. Em determinado momento, o vereador petista Antônio Anchieta Brito (Cheta) mostrou-se irritado e, em tom elevado, disse que Délvia tinha que citar os nomes das pessoas que passavam informação a ela. “O senhor não precisa ficar alterado”, respondeu ela, em tom calmo.

Em outro momento, Délvia pediu que o líder do Governo na Câmara, Vagner Morais (Guinho/PT), se acalmasse. Guinho exibiu uma relação de protocolos de retirada de medicamentos por Délvia. Contestou as informações de falta de medicamentos ao sustentar que Alfenas tem alto índice de aprovação popular na área da saúde. Não citou o instituto que realizou a pesquisa e nem a fonte financiadora.

O vereador apresentou o aumento de investimentos da prefeitura na compra de medicamentos. Em 2004, foram gastos R$ 492 mil; em 2005, R$ 1,3 milhão; em 2007, R$ 1,4 milhão, em 2008, R$ 2 milhões; em 2009, R$ 1,7 milhão até outubro. Um aumento de investimentos superior a 400%, segundo os dados apresentados pelo petista.

Guinho disse que a prefeitura não é a única esfera de poder responsável pela distribuição de medicamentos. Lembrou que também cabe ao Estado esta responsabilidade.

O petista citou uma liminar que obriga o Estado de Minas Gerais a pagar uma indenização de R$ 12 mil pelo não fornecimento de medicamentos a um paciente do SUS. Segundo Guinho, o autor da ação contestou a prefeitura e o Estado, mas a Justiça definiu que a responsabilidade é do Estado.

Guinho disse ainda que a falta de medicamentos não atinge os itens que integram a rede do SUS. Sander Simaglio (PV) sugeriu a Délvia que procure o Ministério Público para denunciar a falta de medicamentos.

No final, Délvia reclamou da postura de Guinho dizendo que o petista “foi muito agressivo”. Guinho disse que era o jeito dele. “Eu sou diferente da senhora. A senhora chora e eu não”, declarou.

Em Tempo

A Procuradoria Geral do Município encaminhou nota à reportagem do Alfenas Hoje contestando o discurso de Délvia. Informou dados financeiros que comprovam o aumento dos investimentos na comra de medicamentos. Outra contestação da é em relação a nulidade da Lei Municipal n° 4.097/2008 que definiu a nova estrutura administrativa da prefeitura. (Veja nota na integra)



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