Postado em segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Articulação de Pompilio é apontada como avançada
Alessandro Emergente
A pré-candidatura do prefeito de Alfenas, Pompilio Canavez (PT), à presidência da AMM (Associação dos Municípios de Mineiros) é apontada entre as quatro mais avançadas numa disputa que já envolve seis nomes e uma briga com padrinhos políticos de peso. Resultado deste contexto é a prorrogação da data das eleições para março após interferência do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), disposto a emplacar um afilhado na presidência da entidade. As informações são do jornal O Tempo desta segunda-feira.
O estatuto da AMM prevê que a votação seja realizada até o fim do mês de janeiro. Mas já há uma proposta para que o mandato de Celso Cota (PMDB), prefeito de Mariana, fosse estendido até maio, mesmo com a gestão dele se encerrando no próximo dia 31. A justificativa era permitir que os novos prefeitos, que assumem dia 1º de janeiro, pudessem participar da votação, inclusive como candidatos.
De acordo com o jornal O Tempo, a mudança tem como pivô o governador mineiro que utilizaria de sua força política para emplacar na presidência o companheiro tucano José Milton (PSDB), eleito prefeito de Conselheiro Lafaiete. O problema para os planos do governador era que a cidade não é filiada à AMM e, para concorrer a vaga, o prefeito precisa estar filiado a pelo menos seis meses. Para José Milton entrar na briga, era preciso mudar o estatuto.
Por enquanto, seis prefeitos se apresentaram como pré-candidatos a dirigir a entidade entre 2009 e 2010. A maior parte das pré-candidaturas de partidos da base aliada do governador Aécio Neves.
A assembléia para a alteração das regras foi marcada para a última quinta-feira, mas o prefeito de Pirapora, Warmillon Fonseca, pré-candidato, conseguiu uma liminar que suspendeu a reunião, com a justificativa de falta de publicidade na convocação.
O encontro se transformou em reunião para debater o assunto. Após cerca de três horas, houve um consenso para agradar os dois lados. As eleições serão realizadas no dia 11 de março de 2009, mas o prazo mínimo para a candidatura se manteve em seis meses. Com isso, os novos prefeitos não poderão se candidatar, atendendo à reivindicação dos pré-candidatos.
No entanto, eles poderão votar, pois o prazo para participar da eleição como votante foi reduzido de seis para dois meses.
Pré-candidatos
A campanha dos pretensos futuro presidente da AMM começou antes mesmo da definição das regras do pleito. A reportagem do O Tempo mostra o prefeito de Alfenas como um petista "moderado" e ajudaria nas candidaturas ao governo, em 2010, de Fernando Pimentel ou Patrus Ananias e teria o apoio de tucanos do Sul de Minas.
A reportagem também traz pré-candidatos como Warmillon Fonseca (DEM), prefeito de Pirapora. Integrante de um partido da base do governo estadual, ele inicia em janeiro seu quarto mandato consecutivo (dois em Pirapora e dois em Lagoa dos Patos).
O prefeito de Itabirito, Waldir Silva (PSDB), o Juninho, seria um dos candidatos preferidos do Palácio da Liberdade. No entanto, ele enfrenta problemas com a Justiça Eleitoral. Na sexta-feira, seu registro de candidatura foi cassado pelo TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) . Ele ainda vai recorrer da decisão.
Outro nome apontado como forte, pela reportagem do jornalista Rafael Gomes, de O Tempo, é o do prefeito de Ouro Preto, Ângelo Osvaldo (PMDB). Aliado do ministro das Comunicações, Hélio Costa, Ângelo seria uma alternativa para o governo, mas desagrada o PT.
Os tucanos Ângelo Roncalli, de São Gonçalo do Pará, e Aurélio César, de Itabirinha de Mantena, também já faziam campanha.
Os números da AMM são consideráveis aos políticos em busca de projeção. São 500 municípios que integram atualmente a entidade que administra um orçamento anual de R$ 2,5 milhões. A maior parte do gasto é com eventos.
O presidente da AMM não recebe salário. No entanto, os possíveis ganhos políticos são bem atrativos para os prefeitos, independentemente da região de onde vêm.
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