Região da nova Delegacia atraí comércios

Henrique Higino

Um local que era pouco atrativo comercialmente e que vem atraindo um razoável número de comércios é a rua Dom Silvério, mais precisamente em uma extensão de 200 metros  próximo a nova Delegacia, obra do governo do Estado, inaugurada no dia 22 de novembro.

Antes, apenas endereço de alguns bares, a rua Dom Silvério começa a atrair todo tipo de comércio desde que a nova Delegacia foi inaugurada. Casas simples dão lugar a novos imóveis e começa a mudar a arquitetura da região para oferecer pontos de comércio.

Próximo à nova sede da Polícia Civil já é possível encontrar dois escritórios de despachantes, um de advocacia, depósito de gás, lan house e até uma loja que faz serviço bancário, além, é claro, de um bar, que hoje se transformou em lanchonete para atender a nova clientela.

O ex-segurança Rogério Cabral Mendes foi um dos primeiros a acreditar no potencial de pessoas que a nova Delegacia pode atrair para o bairro. Ele deixou o antigo emprego para se dedicar a uma Lan House, criada há dois meses, a primeira da rua.

Ele é cauteloso em afirmar se o investimento valeu a pena, mas tem notado que está surgindo “um fluxo de pessoas diferente no bairro”. Além de ser uma opção para quem quer ter acesso a rede mundial de computadores, o empreendimento de Mendes já gerou, pelo menos, um emprego. “Contratei uma pessoa para me ajudar aqui”, disse.

Irmão de Rogério, Tiago Mendes, que possuía um bar ao lado da lan house, transformou o local na lanchonete Chaplin, uma homenagem ao ator estadunidense. Ele conta que em dias de movimentos na nova Delegacia “têm aparecido novos fregueses” no estabelecimento. “Vamos ver como vai ficar com o tempo”, analisa.

Novos imóveis

O despachante Valdir Sebastião Moreira investiu alto no local e já começa a colher os frutos. Ele construiu um sobrado nas esquinas das ruas Dom Silvério com Afonso Pena e alugou a parte de cima para um escritório de advocacia. Nos cômodos de baixo, Moreira montou seu escritório de despachante e um novo comércio.

Em uma sala ao lado, o despachante abriu uma pequena loja onde é possível tirar xerox ou pagar contas de luz e água. A nova loja também gerou mais um emprego.

A comerciante Andréa Menezes, que possui uma loja de roupa no local há alguns anos, não tem notado aumento de clientes em sua loja desde que a Delegacia foi inaugurada, mas a nova sede da Polícia Civil influenciou em seu comércio e na renda da família. Ela transferiu sua loja para um novo cômodo comercial construído no imóvel e alugou o antigo ponto para um outro escritório de despachante.

Valorização imobiliária

Jackeline Bueno, funcionária de uma mercearia e moradora do local, disse que o patrão tinha uma pequena venda na mesma rua, mas comprou o imóvel que “hoje vale o triplo que ele pagou”. No novo imóvel funciona uma organizada mercearia, num cômodo aconchegante, limpo e com aspecto de novo. Ao lado da mercearia, o patrão de Jackeline montou uma distribuidora de gás que gerou um novo emprego.

Como moradora do bairro, a moça conta que a nova Delegacia proporcionou mais segurança para os moradores. Conta que há, inclusive, boatos de que existe câmeras vigiando toda a rua. “Isso impõe mais respeito. Quem tiver querendo fazer alguma coisa errada já não vem fazer por aqui”, acredita.

O movimento de viaturas com sirenes ligadas que chegam na Delegacia no período noturno é outra mudança que Jackeline destaca no bairro. Quando o silêncio da noite é quebrado pelos barulhos das viaturas, a rua, que estava deserta, fica cheia de pessoas, alguns enrolados em cobertores, tudo para acompanhar a ação policial. “Aqui o pessoal é muito curioso mesmo”, comenta, em risos, a moradora do bairro.