Postado em quarta-feira, 10 de outubro de 2018 às 10:30

Literatura melhora escrita, interpretação e retenção de conteúdos

Ler é a habilidade mais essencial para qualquer concurseiro, seja na aquisição de conhecimento, seja na solução de questões de prova. Não é nenhuma novidade que o hábito é benéfico...


 Ler é a habilidade mais essencial para qualquer concurseiro, seja na aquisição de conhecimento, seja na solução de questões de prova. Não é nenhuma novidade que o hábito é benéfico para o aprendizado. Entretanto, a competência adquirida durante a alfabetização se tornou tão natural que parece dispensar qualquer necessidade – ou até possibilidade – de melhoria.

A crença equivocada afasta o investimento necessário para qualidade de entendimento do que é lido e aprendido. Enquanto buscam técnicas elaboradas a fim de melhorar o foco, a concentração e a memorização, ignoram que todas essas – e outras – aptidões são desenvolvidas pela prática da leitura regular e diversificada.

Pesquisas recentes realizadas na Universidade de Stanford (EUA) e no Instituto Nacional Francês de Pesquisa Médica (França) comprovam, por meio de avaliações cerebrais realizadas com ressonância magnética, que ler é responsável pela melhoria de funções superiores do cérebro, como decifrar, compreender, generalizar, sintetizar e até supor hipóteses.

A prática recorrente também potencializa as conexões neurais, reduzindo o tempo de resposta, ativando a memória, a observação e a criatividade – habilidades essenciais para encontrar soluções e alternativas. Para os estudantes, há ainda mais benefícios: a ampliação do vocabulário, melhoria na capacidade de escrita e na construção de senso crítico, de interpretação de textos e enunciados.

Muito além dos conteúdos exigidos em provas, a leitura descomprometida tem consequências positivas também em momentos de lazer e de relaxamento, contribui para a redução do estresse e da ansiedade, além de aumentar a empatia e até a autoestima. Os livros literários são os mais recomendados para esses benefícios, acompanhados daqueles voltados para o autodesenvolvimento, também conhecidos como autoajuda.

Falta de tempo

O principal argumento dos concurseiros para não valorizar o hábito da leitura é a falta de tempo. Afinal, como se dedicar a um livro que não esteja vinculado ao conteúdo programático do edital? A falta de espaço na agenda também é o argumento mais recorrente (32%) para ausência do hábito entre os mais de 5 mil entrevistados pela pesquisa do Instituto Pró-Livro, divulgada no início do ano.

Em seguida, figuram não gostar de ler (28%), não saber ler (20%), não ter paciência (13%), preferir outras atividades (10%), entre outras respostas. O levantamento chegou a uma conclusão alarmante: 44% dos brasileiros não leem e 30% nunca compraram um livro.

Ainda que não seja a realidade na qual se enquadram os concurseiros, suas atitudes esquivas de praticar a leitura podem ser solucionadas com uma ação simples: ler por 30 minutos, alguns dias na semana, e começar a colher os benefícios já cientificamente comprovados. A sugestão é incluir esse momento na grade de atividades entre disciplinas, por exemplo.

Práticas produtivas

Algumas técnicas podem colaborar e estimular o leitor concurseiro. A mais simples delas é o guia visual. Trata-se de usar uma caneta ou marca-texto acompanhando cada linha, direcionando o olhar, mas, sem encostar no papel ou na tela (caso use um tablet, celular ou computador). Uma versão avançada é usar a mão não dominante para a tarefa. A redução do campo de visão e do movimento dos olhos para as linhas acima e abaixo do que se está lendo diminui a dispersão e aumenta a compreensão.

Ao contrário do que se pensa, ler em voz alta não traz resultados efetivos. Pelo contrário: pode confundir o cérebro, com velocidades diferentes para entender e assimilar o que é ouvido e o que é visualizado. No mesmo rol de mitos está a leitura lenta, que deixa brechas para distrações e divagações, o que não ocorre com o aumento da velocidade, que incrementa a concentração.

Calcular o tempo de leitura – medido em palavras por minutos – ajuda a calcular o prazo necessário para estudo de um determinado conteúdo. É feito para cada formato de texto e potencializado, por exemplo, com o guia visual. Um adulto fora da faculdade costuma ler cerca de 200 palavras por minuto. Já um universitário tem esse índice aumentado, em média, para 325 palavras por minuto.

Outra opção é o auxílio de ledores: softwares e aplicativos que leem em voz alta ao mesmo tempo em que mostram o ponto do texto. Essa escolha é mais eficiente se acompanhada dos fones de ouvidos. O benefício ocorre por ter dois canais de aprendizagem sendo usados simultânea e complementarmente: a visão e a audição.

Por fim, todas essas práticas terão ainda mais resultados e melhor retenção de informações se forem realizadas segundo uma ordem de ação. Escolhido o trecho ou o fragmento do texto, é feita uma leitura mais rápida para assimilação das ideias gerais, seguida de uma segunda, com marcação de pontos principais e conceitos.

Para finalizar, uma terceira, retirando e anotando os destaques acompanhados de comentários e conexões com a realidade. Um rico e poderoso material será construído, ideal para realização de revisões futuras.



Fonte:Metropoles



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