Postado em quarta-feira, 23 de maio de 2018 às 10:10

Câncer de colo do útero: sintomas, tratamentos

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente na população feminina...


 O que é Câncer de colo do útero?

O câncer de colo de útero é um tipo de tumor maligno que ocorre na parte inferior do útero, região em que ele se conecta com a vagina e que se abre para a saída do bebê ao final da gravidez.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. No entanto, hoje o diagnóstico é feito muito mais precocemente: na década de 1990, 70% dos casos eram diagnosticados em sua forma mais avançada. Já nos dias atuais, 44% são identificados na lesão precursora.

Tipos
Os cânceres de colo de útero normalmente são de dois tipos:


Carcinomas de células escamosas ocorrem na maioria dos casos e normalmente são ocasionados pela presença do vírus HPV
Adenocarcinomas são cânceres de colo de útero menos comuns, mas que também podem aparecer.
Em algumas ocasiões, os dois tipos de células cancerígenas podem estar envolvidos em um só caso de câncer de colo de útero.

Causas
O câncer de colo de útero usualmente ocorre quando há uma mutação genética nas células da região, que começam a se multiplicar de forma descontrolada.

Normalmente essa mutação está relacionada a presença de alguns tipos de vírus HPV. O HPV é muito comum em mulheres (estima-se que 90% delas entrarão em contato com alguma cepa desse vírus ao longo de sua vida), mas apenas alguns tipos do vírus estão relacionados com casos de câncer de colo do útero principalmente os tipos 16 e 18 (presentes em 70% dos casos), mas também os tipos 31, 33, 35 ou 39.

Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, mas apenas 32% delas estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos. Normalmente o tumor se desenvolve a partir de uma lesão percursora, que pode ser causada pelo HPV. Elas são totalmente tratáveis e curáveis, e apenas quando não são tratadas por muitos anos, elas podem se desenvolver em um câncer.

Essas lesões não apresentam sintomas, mas são facilmente detectadas nos exames Papanicolau, colposcopia e vulvoscopia. Converse com um ginecologista sobre estes exames. Além disso, apenas a presença do HPV não ocasiona o câncer de colo de útero, é preciso ter outros fatores de risco para que a doença se desenvolva.

Fatores de risco

Os fatores de risco para câncer de colo de útero envolvem:

Início precoce da vida sexual, que aumenta o risco de ter HPV
Grande quantidade de parceiros sexuais também aumenta o risco de contrair HPV
Presença de outras DSTs, como gonorreia, sífilis, clamídia ou HIV aumentam o risco do HPV
Sistema imunológico mais fraco, principalmente em pessoas que tem alguma condição de saúde que interfere em sua imunidade, faz com que o HPV tenha mais chances de se manifestar
Tabagismo pode aumentar incidência de carcinoma de células escamosas
Uso prolongado de pílula anticoncepcional (por mais de 5 anos)
Histórico de três ou mais gestações
Uso de DIU
Histórico familiar de câncer de colo de útero.
Além disso, existem fatores de risco que aumentam o risco de cânceres de modo geral, como:

Excesso de peso
Baixo consumo de frutas e vegetais.




Sintomas de Câncer de colo do útero

O câncer de colo de útero inicial ou mesmo o pré-câncer não costumam apresentar sintomas e são somente detectados pelos exames de rotina femininos.

Os casos mais avançados de câncer no colo do útero costumam causar:

Sangramento vaginal seja durante a relação sexual, entre as menstruações ou após a menopausa
Corrimento vaginal anormal e com coloração e odores diferentes do normal
Dor na pelve ou durante a relação sexual.
Casos ainda mais avançados podem apresentar sintomas como:

Anemia devido ao sangramento anormal
Dores nas pernas ou nas costas
Problemas urinários ou intestinais
Perda de peso não intencional.

Diagnóstico e Exames

Buscando ajuda médica
A melhor forma de detectar precocemente um câncer de colo de útero ou qualquer outro problema comum de saúde feminina é indo anualmente ao ginecologista e fazendo os exames de rotina.

Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar um câncer no colo do útero são:

Clínico geral
Ginecologista
Oncologista
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram.
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

Quais são os seus sintomas?

Quando você começou a apresenta-los?
Você faz os exames de Papanicolau desde que têm uma vida sexual ativa? Já apresentou um resultado deste exame anormal?
Você já foi tratada devido a algum problema no colo do útero?
Você já foi diagnosticada com alguma DST?
Você usa medicamentos que possam suprimir seu sistema imunológico?
Você fuma ou já fumou? Em que quantidades?
Você pensa em ser mãe no futuro?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para câncer de colo de útero, algumas perguntas básicas incluem:

Qual a causa mais provável dos meus sintomas?
Que tipo de exames eu devo fazer?
Quais são os tratamentos disponíveis e o que posso esperar?
Qual o prognóstico?
Por quanto tempo preciso fazer as consultas de rotina após o término do tratamento?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico de Câncer de colo do útero

O câncer de colo de útero em estágio inicial costuma ser rastreado periodicamente pelo ginecologista nas consultas de rotina. Para detectá-lo ou as lesões do HPV os exames mais usados são:

Papanicolau

Colposcopia e vulvoscopia, com biópsia se necessário
Exame de HPV através do DNA, que coleta as células do colo do útero e verifica a presença do vírus. Esse exame é feito em mulheres com mais de 30 anos ou com mais jovens, desde que tenham um Papanicolau anormal.
Os exames de prevenção costumam ser feitos depois que a mulher começa a ter uma vida sexual ativa. Por isso, é muito importante começar a visitar o ginecologista regularmente nessa época, até para que ele converse com a mulher também sobre métodos anticoncepcionais.

Quando o câncer de colo de útero já está em curso, alguns exames podem ser feitos para identificar a extensão do tumor:

Biópsia da região

Tomografia computadorizada
Ultrassom
Ressonância magnética
Tomografia por emissão de pósitrons (PET-Scan).
Estadiamento
O câncer de colo de útero é dividido nos seguintes estágios:

Estágio 0 ou carcinoma in situ: quando as células cancerígenas ainda estão na superfície do colo do útero
Estágio I: quando o câncer invade o colo do útero, mas se mantêm nessa região, sem ir para fora do útero
Estágio II: o câncer já cresceu para fora do útero, mas ainda nãose espaçhou para as paredes da pelve ou para a vagina
Estágio III: o câncer atingiu a vagina e a parede da pelve e pode estar bloqueando a uretra
Estágio IV: o câncer já se espalhou para outras regiões do organismo como a bexiga, reto, pulmões ou fígado.
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Câncer de colo do útero
As opções de tratamento para o câncer de colo de útero variam conforme o estadiamento do tumor. Veja as opções abaixo:

Cirurgia

Na cirurgia os médicos podem retirar o tecido atacado pelo câncer. Também existe a opção de retirarem o colo do útero e o útero todo (histerectomia simples) e também a vagina e os linfonodos da região (histerectomia radical).

O tipo de cirurgia é escolhido conforme o estadiamento do câncer (quantas áreas foram atacadas) e o desejo da mulher de engravidar, visto que a retirada do útero impede a possibilidade de ter filhos.

Saiba mais: Entenda como é feita a cirurgia de retirada do útero
Radioterapia
A radioterapia usa radiação para matar as células cancerígenas. Ela pode ser feita externamente e/ou internamente. Na primeira técnica, um raio é aplicado de fora do corpo, já na interna o material da radioterapia é colocado dentro da vagina por alguns minutos.

A radioterapia pode fazer com que a menstruação pare ou com que a menopausa comece antes em mulheres que estão em pré-menopausa.

Mulheres que desejam engravidar depois do tratamento devem conversar com seu médico sobre formas de preservar a fertilidade após o tratamento.

Quimioterapia

A quimioterapia pode ser feita como um complemento à radioterapia ou para reduzir o tumor antes da cirurgia.

Tratamento para lesões pré-cancerígenas
Quando o médico encontra lesões pré-cancerígenas no colo do útero de uma mulher, as opções envolvem a destruição desse tecido de duas formas:

Crioterapia: nela o tecido com células malignas é destruído através de um congelamento. Ela pode ser feita com anestesia local
Tratamento com laser: o laser também pode ser usado para destruir o tecido com células malignas. A vantagem é que ele pode ser feito no consultório do médico com anestesia local.
Imunoterapia
Imunoterapia para o tratamento do câncer é, de uma forma bem simples, uma maneira de combater o problema utilizando o próprio sistema de defesa do corpo para atacar as células do câncer.


Convivendo/ Prognóstico

O câncer de colo de útero quando diagnosticado em fase não invasiva ou em estágio I tem altas chances de cura (entre 80 e 90%). No entanto, as chances diminuem conforme o quadro estiver mais avançado.

Por isso é muito importante realizar os exames de rotina para câncer de colo de útero, o que permite uma detecção precoce do câncer ou das lesões pré-cangerígenas.

O tratamento pode levar a alguns problemas de fertilidade ou na sexualidade da mulher. É importante conversar com seu médico se você deseja ter filhos depois do tratamento, pois algumas providências podem ser tomadas, como o congelamento de óvulos.

A histerectomia pode levar a problemas como secura vaginal, fraqueza nos músculos da pelve e até dor no ato sexual, devido a encurtamento da vagina. Todos estes problemas têm soluções e podem ser conversados com seu médico.








Fonte:minhavida



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