Postado em terça-feira, 7 de novembro de 2017 às 11:11

Túnel do tempo: Minas Gerais, um grande time amador da década de 70

Conheci bem de perto um dos melhores times amadores que Alfenas já teve. Confira a análise de Otávio Borba.


Análise de Otávio Borba

Final das décadas de 60 e início dos anos 70, conheci bem de perto um dos melhores times amadores que Alfenas já teve. Se trata do Minas Gerais Futebol Clube. Bem garoto, acompanhava esta equipe por onde ia. Região urbana e rural. Por onde o Minas ia, era sinal de festa e de futebol com excelência.

Claro, teve outras grandes equipes também nesta época, como Vila Rica, do Tarcísio Rosa, Centenário, do João do Doce, Noroeste do Zé Duta, Brasil de Gaspar Lopes, Fonseca E. Clube, dos irmãos Osvaldo e Ramon Fonseca, Atlético da Chapada, do Nelson Açougueiro, falecido recentemente, Saliba, hoje Clube Esportivo Operário, do presidente Jarbas Soares, dentre outros.

O Minas teve o seu nome marcado na história por ser o time de Paulinho Nogueira, o melhor jogador que vi atuar naquela época. Era espetacular. Só não foi mais longe por faltar-lhe um bom empresário, fato raro naqueles tempos. Mesmo assim teve brilhante passagem pela Caldense, Atlético Mineiro, onde foi campeão mineiro em 1976, Comercial, América de BH e encerrou a carreira no Vila Nova, de Goiás, onde foi ídolo, pois o Vila fazia 12 anos que nada ganhava e, com sua chegada, tornou-se tricampeão goiano. Faleceu em 2002, em Goiânia, quando era treinador da base do Tigre.

Em pé, da esquerda para a direita: Zico (Supermercado), Carlinho Macarrão (falecido), Osvaldo, Vitinho, Luizão, Pedrinho Guanabara, Fernando Carvalho "Tarta" e o treinador Nivaldo. Agachados na mesma ordem: Tadeuzinho, Paulinho Nogueira, Pralé, Roberto Izalino e Jairo Caiu-cai (Foto: Reprodução/Facebook)


Deixou saudades, não apenas no Minas, mas também no Alfenense e no Saliba, equipes que também defendeu com galhardia e muita marra. Mesmo atuando como profissional, Paulo César de Souza, o Paulinho Nogueira, quando de folga, vinha para Alfenas e enfrentava os beques violentos que tínhamos naquela época. Tanto na cidade quanto na roça, Paulinho fazia a festa.

E o Minas, assim como grandes times de Alfenas se foi com o tempo. Assim como Paulinho se foi. Sem querer ser saudosista e já sendo, não se faz grandes competições como no passado. A mão de obra está escassa. Assim como o próprio futebol alfenense e brasileiro.

Infelizmente, atualmente outros atrativos estão minguando nossa juventude. Pessoas bem intencionadas e abnegadas bem que tentam, mas a luta é inglória. Parece nadar contra a correnteza. Após as competições, fica o lamento e a conta cara para ser quitada. Comportamentos foram mudados e muito. E a grana vem falando alto, até mesmo em jogadores de baixo nível. E o que é mais triste, não apenas em competições livres, pasmem vocês leitores, esta inflação ocorre até mesmo no Máster.

E encerrando este lamento: é para chorar quando me lembro que Paulinho Nogueira e outros grandes craques do futebol de Alfenas, que fazia tirar do bolso mesmo para ajudar a pagar o caminhão que nos levava para a "guerra". Assim foi o futebol de Alfenas.

Otávio Borba é repórter esportivo e já atuou em vários veículos de comunicação
de Alfenas como Jornal dos Lagos, Vox Sul de Minas, Jornal da Cidade, Folha do Lago,
além da Rádio Cultura. Atualmente é colaborador do portal de notícias Alfenas Hoje.



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