Postado em segunda-feira, 28 de agosto de 2017 às 08:08

Café: Mercado físico brasileiro com mais uma semana perdida, com poucos negócios fechados

A guerra de informações altistas e baixistas continua, mas já existe consenso sobre uma quebra maior na safra brasileira de café 2017/2018 que a inicialmente estimada...


Os contratos de café na ICE Futures US trabalharam até ontem em baixa e hoje reagiram fechando com boas altas. Mesmo assim, os com vencimento em dezembro próximo fecham a semana com um balanço negativo de 30 pontos. A cotação do dólar frente ao real oscilou bastante dificultando ainda mais a formação de preços.

Para o mercado físico brasileiro de café foi mais uma semana perdida, com poucos negócios fechados. Os preços oferecidos pelos compradores não são aceitos pelos produtores, principalmente quando se fala nos cafés arábica de boa qualidade a finos. O mercado está completamente desregulado e os preços praticados estão todos muito próximos e sem nenhuma lógica. Há negócios com “escolhas” até a 400 reais por saca. O conilon, dependendo de tipo, chega a ser negociado até a 420/430 reais a saca e pilhas de arábica para o consumo interno até a 450 reais. Ao mesmo tempo, oferecem para lotes de café arábica de boa qualidade, com bebida dura, 450 a 460 reais e para bons lotes CD, 490 a 500 reais. Os cafeicultores vendem o mínimo necessário para cumprir os compromissos mais próximos e se retiram do mercado.

A guerra de informações altistas e baixistas continua, mas já existe consenso sobre uma quebra maior na safra brasileira de café 2017/2018 que a inicialmente estimada. À medida que nos aproximamos do final da colheita, estamos próximos dos 90%, essa quebra maior vai se confirmando, bem como a grande incidência de grãos brocados. A partir do inicio de setembro, com o fim das férias de verão no hemisfério norte, os operadores vão começar a olhar para o inverno, quando o consumo cresce e deveremos ter um mercado físico mais ativo com os preços apresentando evolução em relação aos praticados nos dois primeiros meses do novo ano-safra.

Ontem, quinta-feira, dia 24, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados foi realizada uma audiência pública para debater e analisar a política cafeeira brasileira ao longo dos últimos anos, e os projetos relacionados ao setor que tramitam na casa. Estiveram presentes representantes de vários setores ligados à cadeia produtiva do café. No final da audiência, o presidente do CNC – Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, comentou que, mesmo não havendo conclusões ou encaminhamentos, a audiência pública foi importante para que todos os atores da cadeia do café trabalhem em conjunto, em uma frente única, comungando as mesmas ideias para que haja um maior êxito nas demandas junto ao Governo Federal.

Portanto o setor não deve esperar nada no curto prazo como resultado dessa audiência pública. Não se encaminhou nada para nenhum dos sérios problemas enfrentados pelos cafeicultores brasileiros, que assistem os custos subirem e os preços de venda derrubados para níveis abaixo do mínimo necessário para manterem seus cafezais e suas famílias.

O faturamento da cafeicultura brasileira em 2017, expresso no Valor Bruto da Produção, foi estimado em R$ 21,632 bilhões, que correspondem a aproximadamente 6% do montante total de R$ 367,978 bilhões, o qual foi calculado com base no faturamento das 21 principais lavouras cultivadas no País. O valor da receita bruta do café de 2017 representa queda de 11,4% em relação ao faturamento de 2016, que foi de R$ 24,404 bilhões (fonte: Embrapa Café).

Até dia 24, os embarques de agosto estavam em 1,212,428 sacas de café arábica, 11.881 sacas de café conilon, mais 103.227 sacas de café solúvel, totalizando 1.327.536 sacas embarcadas, contra 1.243.356 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 24, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 2.037.570 sacas, contra 1.533.730 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 18, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 25, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 30 pontos ou US$ 0,40 (R$ 1,26) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 18 a R$ 547,72 por saca, e hoje dia 25, a R$ 547,87 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 350 pontos.

 

 

Fonte: Notícias agrícolas



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