Postado em segunda-feira, 22 de maio de 2017

Valor da produção deve cair em Minas

A queda foi provocada pela retração de 5,6% verificada na agricultura e de 1,6% na pecuária.


O VBP (Valor Bruto da Produção) agropecuária de Minas Gerais em 2017 foi estimado em R$ 57 bilhões, com base nos dados de abril. O valor ficou 4,2% inferior ao registrado em 2016, que era de R$ 59,6 bilhões. A queda foi provocada pela retração de 5,6% verificada na agricultura e de 1,6% na pecuária. O VBP do café e da soja, importantes produtos do agronegócio, apresentou retração e contribuiu para o resultado negativo. Entre os positivos, destaque para a cana-de-açúcar e suínos.

De acordo com os dados da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o VBP da agricultura mineira, levando em conta os dados de abril, foi estimado em R$ 37,4 bilhões, retração de 5,6% frente aos R$ 39,7 bilhões registrados no ano anterior.

Entre os produtos que contribuíram para a queda no VBP da agricultura está a produção total de café, que foi avaliada em R$ 12,7 bilhões, valor que ficou 16,5% inferior aos R$ 15,26 bilhões verificados em 2016. A expectativa de colher uma safra 17,3% menor, somando 26,81 milhões de sacas de 60 quilos, é um dos fatores que justificam o resultado.

Da produção total de café, o VBP do café tipo arábica foi estimado em R$ 12,59 bilhões e o conilon em R$ 148,8 milhões.

“Ano passado colhemos uma safra recorde de café, mas a estimativa para 2017 é de queda em função da bienalidade. Por ser o produto de maior peso na produção agrícola, o impacto nos resultados é significativo”, explicou o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez.

Queda também foi verificada na soja. A previsão é de um VBP 14,2% menor, com a produção estimada em R$ 4,8 bilhões. “Com a maior produção mineira e nacional, os preços da soja recuaram e provocaram a retração no VBP. A expectativa de uma safra norte-americana alta também interferiu na cotação da soja”, disse Albanez.

Após os preços elevados em 2016, a produção de feijão foi estimulada em 2017, o que provocou a desvalorização do grão. Com isso, o VBP da cultura foi estimado em R$ 1,26 bilhão, retração de 43,9%.

De acordo com Albanez, a produção de batatas em 2017 também ficou maior e os preços recuaram. O resultado foi um VBP 63,5% inferior, com a produção avaliada em R$ 1 bilhão.

Entre os resultados positivos na agricultura está a cana-de-açúcar. De acordo com os dados da Seapa, o VBP da produção está 66,3% superior, somando R$ 8,39 bilhões.

“A estimativa é de uma produção maior e de preços valorizados para os produtos do setor sucroenergético. Estes fatores contribuíram para o avanço significativo no VBP da cana”.

A produção de milho foi avaliada em R$ 4 bilhões, aumento de 2,5%. Neste caso, a produção maior manteve o resultado positivo do VBP, já que os preços estão em declínio pela oferta elevada do cereal no mercado.

Pecuária

Por mais um ano, a expectativa é de retração no VBP da pecuária. A produção foi avaliada em R$ 19,5 bilhões, retração de 1,6%. Dentre os produtos, somente leite e suínos estão com resultados positivos.

No caso do leite, os preços mais valorizados permitiram o avanço de 9% no VBP, que foi estimado em R$ 7,8 bilhões. Mesma situação foi verificada em suínos, cujo VBP esperado é de R$ 2 bilhões, valorização de 15%.

Já em bovinos, a redução do preço da arroba e do número de animais para o abate fez com que a projeção do VBP ficasse 8,7% menor. A produção foi avaliada em R$ 5,24 bilhões.

O VBP da produção de frango foi estimado em R$ 3,45 bilhões, valor 11,5% menor. O VBP da produção de ovos, R$ 1 bilhão, está 20,9% menor.

Projeção é de crescimento para o País


O VBP (Valor Bruto da Produção agropecuária) deste ano, estimado com base nas informações de abril, está estimado em R$ 544,9 bilhões, resultado 4,4% superior ao montante do ano passado (R$ 521,7 bilhões). Os números são da SPA (Secretaria de Política Agrícola), do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária). Segundo os números da SPA, o montante das lavouras cresceu 10,2% e da pecuária teve redução de 6,3%.

A principal fonte de crescimento do VBP neste ano é a safra esperada de 232 milhões de toneladas, estimada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), informa em comunicado, o coordenador-geral de Estudos e Análises, José Garcia Gasques. Segundo ele, “outro ponto importante a observar são os ganhos de produtividade das lavouras estimados em 21,6% em relação a 2016, para a safra de verão, e de 20,2% para as de inverno”.

Um grupo considerável de produtos tem apresentado aumento no faturamento em relação a 2016. Destacam-se o algodão herbáceo (70,6%), amendoim (28,7%), arroz (10,6%), cana-de-açúcar (51,8%), laranja (20,6%), mandioca (82,4%), milho (20,8%) e uva (38,6%).

Na pecuária, destacam-se os resultados na carne suína (10,2%) e no leite (2,4%). “Nos dois casos o efeito dos preços tem sido a principal causa do acréscimo do faturamento em 2017”, salienta Gasques.

Desempenho desfavorável pode ser observado na banana (-17,1%), batata-inglesa (-61,2%), cacau (-15,4%), café (-10,5%), cebola (-44,8%), feijão (-21%), mamona (-45,3%) e trigo (-36%).

Os resultados regionais mostram a liderança ocupada pelo Centro-Oeste, R$ 158,3 bilhões, de faturamento, seguido pelo Sul (R$ 143,9 bilhões), Sudeste (R$ 139,7 bilhões), Nordeste (R$ 51,5 bilhões) e Norte (R$ 33,5 bilhões).

Exportação de soja - As exportações de soja do Brasil deverão totalizar um recorde de 61 milhões de toneladas no ano comercial 2017/18 (fevereiro/janeiro), superando em 17% o total embarcado no ano anterior, estimou nesta quarta-feira a consultoria Safras & Mercado.

A previsão está em linha com a projeção da associação da indústria (Abiove), divulgada na véspera, de 61,7 milhões de toneladas em 2017.

As exportações deverão absorver quase todo o crescimento da oferta brasileira, que crescerá 19 por cento ante a temporada anterior, para 116,156 milhões de toneladas, diante de uma colheita histórica, segundo dados da consultoria.

O Brasil é o maior exportador global de soja, enquanto a oleaginosa é o principal produto da pauta de exportação brasileira.

O esmagamento de soja no País deverá subir apenas 1 milhão de toneladas, para 41 milhões de toneladas, previu a Safras.

Já a demanda total por soja está projetada 105,1 milhões de toneladas, com incremento de 10%. Desta forma, os estoques finais deverão subir 317%, para 11,056 milhões de toneladas.

A Safras ainda trabalha com uma produção de farelo de soja de 31,18 milhões de toneladas, alta anual de 2%.

As exportações de farelo deverão subir 9%o, para 15,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 16 milhões, com elevação de 1%.

A produção de óleo de soja deverá ficar em 8,12 milhões de toneladas, com a exportação atingindo 1,4 milhão de toneladas, alta de 22% sobre o ano anterior, segundo dados da Safras.

A previsão é de que 2,65 milhões de toneladas sejam disponibilizadas para a fabricação de biodiesel, com aumento de 2%. O consumo interno deve crescer 5% para 6,89 milhões, contando o uso para o biocombustível.

FAEMG



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