Postado em terça-feira, 13 de dezembro de 2016 às 01:33

Maurílio eleva o tom crítico ao governo anterior e causa constrangimento a secretários

O tom agressivo do discurso surpreendeu muitos que estavam presentes na reunião da Câmara.


 Alessandro Emergente

O prefeito Maurílio Peloso (PDT) usou a tribuna da Câmara Municipal, durante a sessão legislativa da noite de segunda-feira, para uma prestação de contas do seu mandato. Mas o tom agressivo do discurso surpreendeu muitos que estavam presentes e, em determinados momentos, chegou a constranger alguns de seus secretários.

Maurílio elevou o tom crítico ao fazer comparações com a gestão anterior. Apresentou números comparando os gastos em seu governo e o da gestão do ex-prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT), que retorna ao governo em janeiro.

Com auxílio de um texto, Maurílio fez comparações entre o período de seu mandato e a os três últimos anos da gestão petista, período em que Luizinho assumiu o governo no lugar de Pompilio Canavez, eleito deputado estadual. Em vários momentos justificou a escolha do período comparado ao afirmar que não havia registros em relação a 2009.

Maurílio enumerou obras de sua gestão e atacou os gastos com publicidade. Segundo ele, enquanto o seu governo desembolsou R$ 339 mil com esse tipo de despesa, de 2010 a 2012, final do governo petista, foram gastos R$ 2,7 milhões com publicidade, valor pago a empresa Focos. 


Maurílio Peloso durante o seu discurso em plenário na Câmara Municipal (Foto: Alessandro Emergente)

Ao falar sobre gastos com publicidade, Maurílio se dirigiu ao deputado estadual Emidinho Madeira (PSB), presente a reunião, e o aconselhou a não se preocupar com publicidade. Disse que esse tema é um dos “males” da política brasileira, o que chamou de “maldita publicidade”.

Maurílio alegou ter recebido uma frota sucateada da gestão anterior e citou dificuldades durante a transição de governo, período em que – segundo ele – teve dificuldades de receber informações sobre os contratos e contas da prefeitura. Ao apontar as dificuldades, disse que chegou a pensar em desistir de continuar como prefeito.

Mal-estar e constrangimentos

O atual prefeito adotou um tom mais áspero durante o seu discurso. Sempre que citava números sobre determinada área do governo, dirigia-se ao secretário responsável e questionava se o mesmo confirmava a informação. O plenário estava lotado e com a presença de todo o secretariado.

Em, pelo menos, dois momentos Murílio causou constrangimento aos seus secretários. No primeiro momento, chamou a atenção do secretário de Planejamento, Luiz Marcos Leite Morais (Marquinhos), dizendo, em tom áspero, “fique ligado aqui Marcos”.

Em outro momento, ao citar dados da área de saúde, Maurílio se dirigiu ao secretário de Saúde, Maurício Durval de Sá, que estava no hall de entrada com o secretário de Planejamento. “Fique ligado Maurício. Você e o Marquinhos estão conversando”, disse o prefeito. Em seguida, fez com que os dois secretários entrassem no plenário, causando constrangimento. Algumas pessoas que acompanhavam o discurso mostraram-se indignadas.

Ao falar sobre a questão financeira, Maurílio perguntou se os gerentes do Banco do Brasil e do Itaú estavam presentes. Ao receber a informação que eles não estavam, o prefeito deu o que chamou de “desparabéns” devido a ausência dos mesmos apesar de terem sido convidados.

Tenso

Um dos momentos mais tensos foi logo após Maurílio terminar o seu discurso. O presidente da Câmara Municipal, Enéias Rezende (PRTB), pediu que ele permanecesse no local durante a fala dos vereadores, um procedimento comum após o uso da tribuna.

Maurílio, no entanto, se negou a permanecer, dizendo que não aceitaria comentários. O clima ficou tenso. Enéias chegou a exigir respeito e pediu que um funcionário baixasse o volume do microfone do prefeito, que falava em tom mais exaltado.

Depois desse episódio, no entanto, Maurílio pediu desculpas e continuou na tribuna para ouvir os vereadores. “Perdão senhor presidente pela minha ignorância”, declarou. Após a fala dos vereadores, Enéias amenizou o clima tenso e deu um abraço em Maurílio.

Homenagem

Antes de Maurílio usar a tribuna, o vereador Waldemilson Bassoto (Padre Waldemilson/PROS) aproveitou para homenagear o vereador Hesse Luiz Pereira (PSDB), que deixará a vida pública após quase 50 anos. Destacou que o hoje parlamentar deixa a vida pública com o “nome limpo”, enfatizando a sua imagem de honestidade.

Hesse, com 80 anos, foi quatro vezes prefeito de Alfenas nas décadas de 70, 80 e 90. Em 2004 foi candidato a prefeito, mas não foi eleito. Nas duas últimas legislatura, Hesse ocupou uma cadeira na Câmara Municipal. 

Padre Waldemilson ao dirigir-se a Hesse Luiz Pereira pelos 50 anos de vida pública (Foto: Alessandro Emergente)



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