Postado em sábado, 7 de maio de 2016 às 08:35

Documentário retrata a luta do movimento negro de Alfenas para manter viva a sua cultura

O vídeo conta a história de uma família negra que começou a lutar para manter viva a cultura de seus antepassados.


 Da Redação

Contar a história de um movimento que surgiu no início da década de 1990 em Alfenas pela valorização das expressões culturais da comunidade afrodescendente na cidade. Com esta proposta surgiu o documentário “NCNA – Núcleo de Consciência Negra de Alfenas”. A produção, uma parceria do Núcleo e a Unifenas (Universidade José do Rosário Velano), teve seu lançamento oficial no mês abril na sala de eventos Prof. Edson Antônio Velano, na Biblioteca Central da Universidade.

Ao resgatar boa parte do trabalho desenvolvido pelo NCNA há mais de 20 anos, o vídeo conta, como disse em depoimento a socióloga Daniela Roberta Antônio Rosa, a história de uma família negra que começou a lutar para manter viva a cultura de seus antepassados. Com o tempo o trabalho do Núcleo cresceu e, além de debater questões relacionadas à identidade afro e promover eventos ligados a ela, tornou-se um local que trabalha a responsabilidade social. Em sua sede há várias atividades ligadas à dança, artes marciais e, graças a parceiros, são distribuídos na casa dos fundadores do Núcleo pães e frutas a famílias que necessitam de tal ajuda assistencial.

O documentário começou a ser elaborado em novembro de 2015 e foi concluído em abril de 2016. São 40 minutos de produção, com 25 depoimentos que mergulham em fatos marcantes que levaram ao surgimento do Núcleo. A cultura popular, como a Congada, Folia de Reis, Moçambique, religiões de matriz africana, a Escola de Samba do Bairro Santos Reis e a capela dedicada aos três reis magos, construída em 1917 e considerada como a mais antiga do século 20 no Brasil, segundo pesquisa desenvolvida pelo Reisado do Estado do Rio de Janeiro, bem como o debate de que o racismo existe, são retratados na produção.

Em números, foram cerca de 10 horas de gravação e 44 horas de edição. A TV Alfenas deu importante contribuição ao Documentário graças ao seu arquivo; assim como o NCNA, que contribui com fotos. A produção envolveu três colaboradores da assessoria de comunicação da Unifenas (Galvone Praga de Oliveira, cinegrafista; Davidson Eustáquio da Silva, editor de imagens e arte; e Everton Luiz Marques, jornalista responsável).

O Lançamento

O lançamento do documentário “NCNA – Núcleo de Consciência Negra de Alfenas” ocorreu dentro do 1º Simpósio Diversidade Étnico Racial, que por sua vez integrou a programação do 15º Fórum de Extensão da Unifenas. Gestores da Universidade, acadêmicos de diversos cursos, diretoria do Núcleo, representantes da Secretaria Municipal da Ação Social e da Secretaria de Educação e Cultura, do poder legislativo de Alfenas, do Conselho Municipal de Assistência Social, alunos e professores do Senac, do Colégio Atenas, da Escola Estadual Dr. Emílio Silveira e pessoas da comunidade lotaram a Sala de eventos Prof. Edson Antonio Velano para acompanhar exibição do vídeo.

Em entrevista ao repórter Raul Pichitelli, da TV Alfenas, os envolvidos com o Documentário falaram da importância que a produção tem para a NCNA e demais envolvidos.

O professor Rogério Prado, diretor de extensão e assuntos comunitários da Unifenas, que intermediou a elaboração do documentário, falou que mais importante que a Universidade apoiar o NCNA é que “todos tenhamos a consciência da realidade em que vivem essas pessoas em nosso país, para que elas possam fazer parte de todo um contexto político, econômico e social”. Ele complementou afirmando que a Universidade contribui para elevar essa consciência para os alunos e a comunidade “para que todos contribuam com o processo de inclusão social”.

A professora Gerusa Vilela Terra, diretora de graduação da Universidade, complementou a fala do professor Rogério ao dizer que “é essencial quando pensamos que estamos formando cidadãos para o mundo. A conscientização é muito importante em todos os aspectos e, quando a gente pensa especificamente na consciência negra, é papel da Universidade que nós fomentemos esse tipo de reflexão em todos os nossos alunos”.



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