Postado em quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
às 12:56
Fotógrafos percorrem "caminho de lama" após tragédia no Rio Doce
Imagens mostram distritos e rios devastados após rompimento de barragem. Professores universitários do Sul de Minas fizeram expedição à região.
Registrar a vida após a lama. Esse foi o objetivo de dois fotógrafos do Sul de Minas ao percorrer as margens do Rio Doce e seus afluentes após a tragédia de Mariana (MG). Rafael Simioni e Luciano Costa foram à região cerca de dois meses após o rompimento da barragem da mineradora Samarco e ouviram histórias de vítimas e moradores. O resultado é uma série de fotografias que descreve sem palavras o caos e o recomeço de uma região.
Foram nove dias fazendo o caminho do rio, entre 9 e 18 de janeiro deste ano. Para seguir o curso de lama e água, os fotógrafos viajaram desde as comunidades atingidas pela lama até o encontro dos afluentes do Rio Doce com o Atlântico, no Pontal da Regência (ES), passando ainda por dentro do Parque Estadual do Rio Doce. De carro ou a pé, o trajeto era aberto seguindo informações das pessoas que eles iam encontrando no caminho.
“Tínhamos como a orientação a tragédia ambiental ocorrida em novembro, mas fundamentalmente o Rio Doce e seus afluentes, os rios Gualaxo e do Carmo. Isso impôs certos desafios que foram desde encontrar o melhor caminho para aproximar do rio e dos pontos marcantes do desastre, como também encontrar cidades, rotas e lugares de pousada. [Seguimos] por estradas vicinais e rurais e, em alguns trechos mais longos, pelas rodovias convencionais, mas em geral preferíamos os percursos mais desconhecidos que nos mantivessem próximo ao rio, ele sim nosso guia”, explica Costa.
Professores universitários em Pouso Alegre (MG) e Poços de Caldas (MG), a ideia é, futuramente, transformar a série em uma exposição fotográfica.
Fotógrafos fizeram o caminho do Rio Doce após ser atingido por lama (Foto: Luciano Costa / Arquivo pessoal)
G1 Sul de Minas
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