Postado em quinta-feira, 21 de janeiro de 2016 às 14:30

Degustadores da região é que definem tipo de café que estrangeiros irão beber

Um grupo de especialistas da Cooxupé é que ajuda a selecionar o tipo de café a ser destinado a mercados como o ada Europa e EUA.


 Da Redação

Um grupo de especialistas da Cooxupé, maior cooperativa de café do país, em Guaxupé, é que ajuda a selecionar o tipo de café a ser destinado a mercados como o ada Europa e da América do Norte.

Mas para que o grupo de “degustadores de café” mantenha o paladar apurado é preciso sacrifício. Eles evitam álcool, deixam a feijoada de lado e costumam passar longe do abacaxi. O grupo conta com 15 profissionais responsáveis pelas análises física e sensorial do café na Cooxupé.

Para análise das amostras são feitos “testes cegos”, ou seja os avaliadores não podem saber a procedência e nem as características do produto ou do local de produção. Assim, os avaliadores têm a tarefa de detectarem as características presentes em cada amostra.

350 amostras em um dia

No auge da safra, entre maio e agosto, um classificador de café chega a provar 350 amostras num único dia. Um detalhe: provam, mas não engolem a bebida. Entre uma série de provas e outra, os degustadores ingerem água com gás, maçã e bolacha água e sal, para limpar o paladar.

Antes da prova de fogo, o café passa por três etapas. A primeira é a análise da aparência, seguida da torra e da moagem, até chegar à mesa de degustação. Nela, cada amostra recebe água com temperatura entre 87ºC e 95ºC e fica em repouso por quatro minutos. Quando a água atinge 30ºC, o café é degustado e, em seguida, cuspido em recipientes que se assemelham aos de consultórios odontológicos.

Os melhores cafés

Os melhores cafés têm como características aspecto homogêneo, tons azulados ou esverdeados e cheiro adocicado, frutado, cítrico ou caramelizado. Já os ruins chegam às mesas de provas com aspecto fraco, cor barrenta ou preta e cheiro "podre" (só o cheiro) -ou de remédio, couro, vinagre, iodo e mofo-, além de exibir pedaços de casca ou paus.

A Europa recebe as melhores cargas, mais graúdas, utilizadas para o café expresso e que ficam expostas aos consumidores. Entre os principais clientes desse produto estão Starbucks e Nestlé.
Já os grãos miúdos, com mais defeitos, são destinados à moagem e vendidos principalmente para os EUA. A Alemanha também compra, para misturar com outros tipos e vender a países do leste europeu. No total, os embarques seguem para 40 países.

Destino dos piores

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o gerente de classificação Carlos César Gomes, 54 anos, disse que prova café há 33 anos, os de pior qualidade são enviados a países como a Rússia e ficam no mercado interno. "Mas, como se trata de café de qualidade, mesmo os que não atingem os patamares mais altos são bons", afirmou.

Enquanto um café classificado como ruim custa de R$ 9 a R$ 10 o quilo, os melhores são comercializados a R$ 25 no mercado interno, preço considerado alto.

Com 12.400 produtores associados, a Cooxupé é a maior exportadora de café arábica do país, com 4,2 milhões de sacas de 60 quilos de janeiro a novembro, 13,1% do total estimado para o país neste ano, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). As informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo.

A classificação do café é feita por degustadores da região que abrem mão de alguns tipos de alimentos e de bebida alcoólica para não perder o paladar (Foto: Reprodução/Pierre Duarte - Folha Press) 



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