Postado em segunda-feira, 17 de agosto de 2015 às 12:30

Consulado dos EUA barra ambientalista de Alfenas e retém seus documentos

Itamar Silva pretende produzir um documentário sobre a contaminação da Bacia Amazônica.


Alessandro Emergente

O ambientalista Itamar Silva, morador de Alfenas, acusa o Consulado norte-americano, em São Paulo (SP), de proibir a sua entrada em território norte-americano, além de reter – sem justificativa escrita - um de seus documentos e uma correspondência com um político dos Estados Unidos. 
 
O ambientalista pretendia investigar, nos Estados Unidos, a origem de produtos químicos utilizados na produção de cocaína para elaboração de um documentário, que denuncia a contaminação da Bacia Amazônica. O caso foi denunciado à Polícia Federal (PF), em Varginha (MG).
 
Silva conta que já esteve em território norte-americano por cerca de 15 vezes e essa é a primeira vez que teve a sua entrada barrada. Porém, segundo o denunciante, não houve justificativa escrita e nem a negativa formal do visto, tendo simplesmente o representante do Consulado retido uma certidão de casamento do denunciante, bem como a cópia de um email entre ele e um vereador norte-americano. 
 
O email retido refere-se a uma conversa entre Silva e o vereador – pelo partido dos Democratas - de Yonkers, uma cidade localizada no estado americano de Nova Iorque. O conteúdo troca de das mensagens está relacionado a investigação que Silva pretendia fazer dentro do território estadunidense.

Denúncia à PF

O episódio, segundo Silva, foi no dia 30 de julho e denunciado à Polícia Federal na semana passada. Na denúncia protocolada, o ambientalista não cita a retenção dos documentos, mas conta que o visto para permanência nos Estados Unidos, por um período de 30 dias, foi negado após expor seu projeto.

Silva pretende produzir um vídeo-documentário mostrando a suposta contaminação da Bacia Amazônica por produtos químicos oriundos de países vizinhos. São produtos, segundo ele, utilizados na produção de entorpecentes a partir da cocaína. Os resíduos, segundo a sua suspeita, seriam lançados em rios que deságuam na Bacia Amazônica.
 
O ambientalista afirma que, para produção de cloridrato de cocaína, são necessários diversos produtos químicos, em grande quantidade, como derivados benzênicos, solventes orgânicos e substâncias oxidantes. Diz, na denúncia à PF, que as folhas de cocaína são oriundas da região, porém questiona: “E os produtos químicos? Quem os fabrica? Quem os transporta? (Quais) Poderiam ser os fabricantes e transportadores desses produtos químicos, associados ao tráfico internacional de cocaína? E por fim, como são feitas as transações financeiras?”.

Procedimento questionado 

Ao procurar o Consulado dos EUA em São Paulo para solicitar vista de autorização para viagem até o território norte-americano, Silva que – ao invés de ser submetido a uma entrevista – foi “literalmente” interrogado, tendo documentos pessoais retidos sem nenhuma justificativa formal. 
 
O ambientalista diz que, mesmo tendo negado a sua entrada nos Estados Unidos, ele pretende prosseguir no projeto de produção do vídeo-documentário, mostrando a contaminação da Bacia Amazônica.

Sem resposta

A reportagem do Alfenas Hoje entrou em contato, na última sexta-feira (14), com o Consulado Geral dos Estados Unidos no Brasil para que comentasse a denúncia. Na manhã desta segunda-feira, representantes do Consulado encaminharam um email a redação dizendo que “infelizmente” não seria possível atender à solicitação.


O ambientalista Itamar Silva após protocolar denúncia na Polícia Federal, em Varginha (Foto: Reprodução)



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