Postado em quarta-feira, 22 de julho de 2015
às 20:43
MP e PM cumprem 6 mandados de prisão em Alfenas em Operação Juntando Peças
A operação do Ministério Público investiga fraudes em licitações para o fornecimento de peças de veículos a prefeituras.
Denise Prado
Na manhã de quarta-feira, ocorreu uma grande movimentação policial em alguns bairros de Alfenas e, simultaneamente, em outras cidades do sul de Minas como Ilicínea, São João Batista do Glória, Passos e Pouso Alegre. A operação batizada de “Juntando Peças” foi encabeçada pelo Ministério Público de Boa Esperança e recebeu o apoio da Polícia Militar de cada município.
A operação constou de cumprimentos de mandados de busca e apreensões e outros de prisões de pessoas com suposto envolvimento em fraudes em licitações para fornecimento de peças automotivas para duas prefeituras da região: Ilicínea e São João Batista do Glória.
De todas as cidades que foram alvos da ação do Ministério Público, Alfenas é a que mais teve pessoas sob a suspeita de envolvimento com o esquema. De acordo com informações da polícia, foram cumpridos seis mandados de prisão e oito de busca e apreensão em duas lojas de autopeças da cidade - Alfepeças e MG Autopeças. Na região, foram 11 mandados de prisão.
Perguntado às autoridades envolvidas na operação sobre a possibilidade destas fraudes estarem relacionadas ao número de carros que é roubado ou furtado para desmanche no município, ninguém se manifestou.
Em entrevista ao Alfenas Hoje, o comandante da 18ª Companhia de Polícia Militar Independente, tenente coronel Josué Emerick, lembrou ser o papel constitucional da Polícia Militar dar apoio a outros órgãos e, que neste caso específico, a estratégia montada foi para cumprir mandados em duas empresas (Alfepeças e MG Autopeças) e em seis residências. “Todos eles foram cumpridos e com sucesso, pois o nosso papel foi o de garantir o poder de polícia na atuação do Ministério Público”, enfatizou o comandante.
Para esta ação, a 18ª Cia PM recebeu o apoio de policiais vindos de Poços de Caldas. Ao todo, a PMMG atuou com 116 homens. Já a promotora Gisele Stela Martins Araújo, da 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Alfenas, atuou junto com sua equipe e com servidores vindos do Ministério Público de Belo Horizonte, liderados pelo promotor Luciano Oliveira.
A promotora disse que não poderia falar sobre o assunto, uma vez que estaria apenas apoiando a operação que teve origem no Ministério Público de Boa Esperança – tendo à frente o promotor Fernando Muniz. Segundo ela, as apreensões constaram de produtos de informática e documentos relacionados a licitações para o fornecimento de peças de veículos para as prefeituras.
De acordo ainda com a promotora, foram apreendidos documentos relacionados a contratos com as prefeituras, para o fornecimento de peças, mas que estas não estariam envolvidas. Segundo as investigações, o esquema consta de um grupo de empresários que se uniram para fraudar licitações. Todos os envolvidos foram ouvidos e levados para a Unidade Prisional de Alfenas.
Ação
A Operação foi uma iniciativa do Ministério Público de Minas Gerais, por meio das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Boa Esperança, Alfenas, Pouso Alegre e Passos, do Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate ao Crime Organizado.
De acordo com o MP, o objetivo da ação é colher provas e informações para subsidiar a investigação que apura a ação da organização criminosa voltada para a prática de crimes contra a administração pública. Os envolvidos seriam empresários e servidores públicos em diversos municípios do Sul de Minas.
Durante a operação foram cumpridos, simultaneamente, três mandados de prisão preventiva, oito de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão nas cidades de Ilicínea, Alfenas, Pouso Alegre, São João Batista do Glória e também em Belo Horizonte.
Segundo ainda informações do MP, os presos foram conduzidos para unidades prisionais de Boa Esperança, Alfenas, Passos e Belo Horizonte. Além disso, foram apreendidos 41 volumes de documentos e uma arma de fogo, que estava na residência de um dos investigados, em Pouso Alegre, o qual foi preso em flagrante também por posse ilegal de arma de fogo.
Investigações
Em nota, o Ministério Público informou que as investigações iniciadas e conduzidas pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Boa Esperança, há mais de um ano, “identificaram a ação orquestrada de um grupo de empresários do segmento de comércio de peças para veículos automotores que se reuniam para ajustar preços e fraudar licitações realizadas principalmente por prefeituras do sul do estado. Com isso, definia-se previamente qual seria a empresa vencedora e os preços praticados”.
Os empresários também são suspeitos de fraude em notas fiscais, elevando os preços das peças fornecidas gerando prejuízo para os cofres públicos.
Materiais foram apreendidos e os suspeitos presos em Alfenas (Foto: Denise Prado)
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